Associação de adeptos diz que luta contra cartão "só podia ter este resultado"
A presidente da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA), Martha Gens, realçou esta quarta-feira que a luta contra o cartão do adepto, revogado por proposta da Iniciativa Liberal, "só podia ter este resultado".
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"Quando a luta é feita de uma forma transparente, sem lóbis, sem patrocínios, sem causas a defender, [então] é uma luta digna, muito justa e só podia ter este resultado", regozijou-se a representante dos adeptos, "a festejar", minutos após a decisão do parlamento.
Vários elementos da APDA, que se opôs desde o início à lei que implementou o cartão, estiveram na Assembleia da República a assistir à votação, a convite da própria IL, e ficaram "incrédulos", assumiu Martha Gens, quando perceberam que a proposta tinha mesmo sido aprovada.
"Isto tem muito de nós. Somos os únicos intervenientes que não obedecem, que são completamente independentes e que têm toda a força para contestar de uma forma muito legítima aquilo que é mais profundo em si, que é a sua própria liberdade", assumiu, de forma emocionada.
A APDA manifestou-se contra o cartão do adepto mesmo desde antes da sua aprovação e lutou contra a sua implementação, inclusivamente por meios legais, interpondo uma providência cautelar, rejeitada em fevereiro deste ano pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa.
A "liberdade" dos adeptos para apoiarem as suas equipas sem restrições foi uma 'bandeira' ao longo da luta e a sua recuperação vale "bem mais do que vários 20 euros", o preço que era necessário pagar para obter o cartão e que Martha Gens não crê que os quase 3.000 adeptos que o pagaram vão pedir de volta.
"Acho que esses adeptos estão mais contentes com o fim da lei do que outra coisa, não querem propriamente saber dos 20 euros. O fim desta legislação paga bem mais do que vários 20 euros. A felicidade de não termos de pensar que temos as nossas liberdades completamente restringidas vale muito mais do que 20 euros", concluiu Martha Gens.