Associação do Algarve paga dívida da Volta de 2012 à RTP e quer regressar à atividade
A direção da Associação de Ciclismo do Algarve, presidida por Rogério Teixeira, cuja atividade está suspensa desde janeiro 2015, poderá voltar à atividade depois de ter pago 30 mil euros à RTP.
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A estação pública de televisão considera-se "totalmente ressarcida" de uma dívida resultante da não liquidação da transmissão televisiva da Volta ao Algarve de 2012.
A dívida, que era inicialmente de um montante muito superior, deu origem, no ano seguinte, à reclamação do débito por parte da RTP, através de um processo executivo interposto no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.
Numa reunião que se realizou na terça-feira e que juntou os dirigentes da Associação de Ciclismo do Algarve (ACA), da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) e dos clubes, onde foi feito "o ponto de situação atual da associação", os dirigentes associativos entregaram um documento assinado por Ana Fonseca e Hugo Figueiredo, vogais do Conselho de Administração da RTP, em que davam a dívida como resolvida.
Num documento emitido pela DA-FPC aos clubes que não marcaram presença na reunião, e a que o JN teve acesso, é revelado que o presidente da ACA informou que "a associação se encontra em condições de voltar à normal atividade, visto ter regularizado a situação perante a RTP".
Para que esta pretensão dos dirigentes associativos vá em frente, será agendada uma assembleia-geral extraordinária, para apresentação de contas relativas a anos anteriores e só depois serão marcadas eleições para a direção da ACA. Segundo o documento, presidentes e representantes do clube que marcaram presença na reunião deixaram claro que deveria existir uma auditoria às referidas contas, por forma a confirmar se estão reunidas as condições para o regresso à atividade da associação, e marcação de eleições". Fonte da DA-PFC ouvida pelo JN disse que "não houve explicações de como surgiu o dinheiro, falando-se em patrocínios conseguidos", concluiu.
A dívida e o consequente processo executivo movido pela RTP levou a que a Associação deixasse de organizar a Volta ao Algarve, que em 2013 e 2014 esteve a cargo do antigo ciclista Cândido Barbosa.
A partir de 8 de janeiro de 2015, a ACA passou a estar "intervencionada", depois da assinatura de um contrato entre a estrutura associativa algarvia e a FPC, presidida por Delmino Pereira, em que "transferia temporariamente" para a égide da Federação as responsabilidades de gestão e organização até aí assumidas pela estrutura presidida por Rogério Teixeira.
O acordo entre a ACA e a FPC originou a criação da Delegação do Algarve-Federação Portuguesa de Ciclismo (DA-FPC), que passou a gerir a modalidade na região e também a organizar, anualmente no mês de fevereiro, a Volta ao Algarve, a prova mais concorrida por equipas do World Tour da União Ciclista Internacional.
Tal como refere o contrato assinado entre as partes, compete à ACA "demonstrar" à FPC que "os constrangimentos jurídico-financeiros existentes estão ultrapassados e que a ACA tem novamente capacidade jurídico-financeira para promover o ciclismo na região".