Associação dos Jornalistas de Desporto condena resposta de Jesus: "É absolutamente indigna"
O CNID emitiu, esta terça-feira, um comunicado a reagir à resposta que Jorge Jesus deu a uma jornalista na flash depois do duelo do Benfica com o Marítimo, que os encarnados venceram por 2-1.
Corpo do artigo
13093793
Na nota, a Associação dos Jornalistas de Desporto considera a resposta do treinador português "absolutamente inadequada e indigna" e afirma que Jorge Jesus não teve "respeito por alguém que fazia o seu trabalho".
"A resposta do treinador Jorge Jesus ontem, no final do jogo na Madeira, a uma pergunta da Jornalista da SportTV na habitual entrevista rápida, é absolutamente inadequada e indigna de um dos treinadores portugueses com mais títulos. (...) O respeito que Jorge Jesus pediu ao adversário do campo não o teve ele por alguém que fazia o seu trabalho de forma irrepreensivelmente profissional", pode ler-se.
Na flash interview do final do jogo entre o Marítimo e o Benfica, que os encarnados venceram (2-1), a jornalista comentou que ficava a ideia de que a qualidade de jogo da equipa encarnada "ainda não estava no melhor nível". Jorge Jesus começou por dizer que não concordava com a observação e acrescentou: "Também é natural que você não saiba o que é muita qualidade sobre futebol, mas pronto". A resposta teve repercussão no Brasil, com o treinador a ser acusado de machismo.
https://www.vsports.pt/embd/62155/m/7062/jn/861da887964162e09c139758d2cbedbf?autostart=false
Leia o comunicado do CNID na íntegra:
"A resposta do treinador Jorge Jesus ontem, no final do jogo na Madeira, a uma pergunta da Jornalista da SportTv na habitual entrevista rápida, é absolutamente inadequada e indigna de um dos treinadores portugueses com mais títulos.
O CNID repudia da forma mais veemente o comportamento de Jorge Jesus. O respeito que Jorge Jesus pediu ao adversário do campo não o teve ele por alguém que fazia o seu trabalho de forma irrepreensivelmente profissional.
O facto de se tratar de uma Jornalista deve ser encarado com a normalidade do séc. XXI, tanto que amanhã mesmo, pela primeira vez, uma senhora vai arbitrar um jogo da Liga dos Campeões depois de já ter arbitrado a Supertaça Europeia masculina. Felizmente há muito que o futebol e o Jornalismo não são coutadas de nenhum género, tendo todos que ter as portas abertas em qualquer desporto. E a influência feminina deve ser particularmente bem acolhida pelo mundo do futebol.
P'la Direção
Manuel Queiroz
Presidente"