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Portugal irá defrontar a seleção que, provavelmente, consegue colocar em campo mais jogadores rapidíssimos, desde os centrais aos avançados, e que têm a capacidade de desequilibrar através dessa velocidade. Esta valência física acaba por ter um impacto determinante, quer no sucesso das ações defensivas, conseguindo recuperar a posição para voltar a ter a bola, quer nas ações ofensivas, possibilitando explorar as costas da defensiva adversária. Juntando a esta capacidade, vemos na França um gosto especial por remates de segunda linha, quer a partir do corredor central, quer iniciando a ação no corredor lateral e a vir para dentro, procurando o espaço livre. Perante isto, será sem descaracterizar a forma, a organização e o modelo que poderemos ser mais fortes como equipa, o que passará por assumir o controlo do jogo em posse. Facilmente se percebe que iremos precisar de uma atenção muito especial na defesa da profundidade e na vigilância e cobertura interior dos nossos médios para evitar remates dessa segunda linha.
Julgo que iremos começar com a mesma equipa que iniciou o jogo anterior, o que faz todo o sentido pelas necessidades defensivas atrás referidas, deixando que, alternadamente, Nuno Mendes e João Cancelo se libertem para ações ofensivas. Mas que não seja apenas Cancelo a fazê-lo, que neste jogo deverá dar mais largura e libertar Bernardo Silva por dentro. Uma vez que Leão ataca muito a partir de fora, do outro lado Nuno Mendes terá de se envolver no ataque mais por dentro. Estando mais adiantado, poderá fazer arrancadas para a zona de finalização.
Será uma seleção portuguesa ferida pelo susto do jogo anterior, mas com a mesma capacidade de se poder superiorizar a qualquer adversário, e que terá de reconhecer a velocidade da França. Vai ser um jogo taticamente interessantíssimo, teremos de estar sempre concentrados e mostrar o que já nos está nos genes, a nossa capacidade de nos superiorizarmos perante a adversidade.