Mesmo agora, já quase quatro anos passados desde aquele 10 de janeiro em que aterrou pela primeira vez na Noruega, Pedro Espinha ainda não atina com as armadilhas que o frio monta por lá. "Continuo sem conseguir lidar com o gelo nos passeios. Só ontem ia caindo três vezes no caminho para o trabalho... O frio foi o primeiro choque, mas como eles dizem "não existe mau tempo, existe é má indumentária"", conta, divertido, o treinador de guarda-redes. Problema do frio resolvido, portanto.
Corpo do artigo
Mas nem por isso o mundo nórdico se fez difícil à adaptação de Pedro Espinha. "Sinto--me em casa desde que aqui cheguei", confirma ao JN. "Os noruegueses são abertos a estrangeiros e têm grande civismo e sentido de responsabilidade. Por exemplo, se beberem uma cerveja que seja, não pegam no carro", acrescenta o técnico português, destacando ainda a "organização" do país.
Depois da pequena Fosnavåg, realçada por "montanhas cheias de neve e orlas costeiras, mas sem centros comerciais", Pedro Espinha agarra a vida no cosmopolitismo de Oslo, a capital. Se muda o cenário, mantêm-se os costumes na terra conhecida pelo bacalhau. Só que uma coisa é a fama, outra, bem diferente, é o proveito. "Os portugueses é que são especialistas a cozinhar bacalhau. E eles sabem disso. Aqui até comem mais salmão e atum. Também cheguei a experimentar baleia, mas não me cativou. Na gastronomia, damos 10-0 aos noruegueses", atira, entre risos. Haja alguma coisa.
Pescadores e veados no futebol
O presente é mais famoso, mas dos primeiros tempos de Pedro Espinha no futebol norueguês ficou um compêndio de histórias difíceis de esquecer. "Em Fosnavåg, a expressão futebolística era muitíssimo pequena. Cheguei a ter jogadores que faltavam ao treino por terem outras prioridades ou por trabalharem no alto-mar. Alguns iam pescar e só voltavam duas semanas depois", recorda o treinador português. E nem quando não havia outros afazeres capazes de complicar o normal funcionamento do trabalho das equipas o sossego era garantido: "Também aconteceu ter de parar um treino porque um veado estava a passar ao pé do campo e os miúdos foram todos a correr para ver", acrescentou Pedro Espinha. ???????
Passe curto
Nome Pedro Gonçalo Espinha Gonçalves
Clube Lyn Toppfotball
Idade 32 anos (12/03/1985)
Função Treinador de guarda-redes