O chefe da missão do Irão nos Jogos Olímpicos de Londres garantiu que os atletas iranianos vão competir com os israelitas. Em edições anteriores, os atletas iranianos desistiam de provas para não competirem com participantes de Israel. A notícia é dada ao mesmo tempo que se homengeiam os 11 atletas israelitas mortos num atentado em Munique, nos Jogos Olímpicos de 1972, na Alemanha.
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O chefe da missão iraniana nos Jogos Olímpicos de Londres, Bahram Afsharzadeh, garantiu, na segunda-feira, que os atletas iranianos irão competir, se necessário, com atletas israelitas. Nas edições anteriores dos Jogos Olímpicos, em Atenas em 2004 e Pequim em 2008, o Irão foi criticado porque alguns dos seus atletas tiveram de desistir de provas que tinham de disputar com israelitas.
No dia em que se assinou um acordo, apoiado pelas Nações Unidas, que propõe o fim das hostilidades entre países durante os Jogos Olímpicos, Bahram Afsharzadeh garantiu que os iranianos serão "honestos com o desporto".
Para além de garantir que não se boicotarão provas com base nas nacionalidades dos atletas, Bahram Afsharzadeh também afirmou que a delegação iraniana iria respeitar o minuto de silêncio feito aos 11 atletas israelitas assassinados num atentado terrorista levado a cabo pela organização palestiniana "Setembro Negro", nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.
Ainda assim, a homenagem prestada aos atletas israelitas 40 anos depois do seu assassinato não foi pacífica. Há quatro décadas que as famílias das vítimas e o governo de Israel pediam um minuto de silêncio na abertura dos Jogos Olímpicos e, nos últimos tempos, também Barack Obama se tinha juntado ao manifesto.
No entanto, Jacques Rogge, presidente do Comité Olímpico Internacional (CIO) sempre descartou a possibilidade de se fazer uma homenagem oficial na abertura do evento, de forma a evitar uma mistura entre desporto e política. Para acalmar os ânimos das famílias das vítimas e de Israel, o CIO decidiu fazer um minuto de silêncio, esta segunda-feira, na Vila Olímpica, com Jacques Rogge a relembrar que, tal como o evento de Munique veio demonstrar, "o desporto não está imune a, nem pode curar, todos os males do mundo".
Por enquanto a politização do evento parece evitada mas Jacques Rogge confessou "haver uma dívida para com eles que é manter o seu espírito vivo e recordá-los".