Auditoria ao F. C. Porto revela 3,6 milhões em despesas de representação "não elegíveis"
Análise às últimas 10 épocas deteta "despesas não elegíveis" em viaturas, refeições, viagens, obras para uso privado e joalharia.
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A última área da auditoria à atividade da SAD portista entre 2014/15 e 2023/34, realizada pela empresa "Deloitte", centrou-se na "análise das despesas de representação" incorridas pelas anteriores administrações, "com a avaliação das condições de elegibilidade/conformidade e o impacto total no decurso das últimas 10 épocas desportivas", apontando 3,6 milhões de euros em gastos fora do âmbito profissional do F. C. Porto.
"Adicionalmente à remuneração fixa e variável, os administradores do F. C. Porto beneficiavam de um plafond para despesas de representação, que era definido e aprovado anualmente pela Comissão de Vencimentos. Tal plafond deveria ser utilizado única e exclusivamente em despesas de âmbito profissional ao serviço do F. C. Porto", diz o documento.
"Os administradores usufruíram de 3,6 milhões de euros em despesas de representação entre 2014/15 e 2023/24 que não são elegíveis em consonância com o regulamento interno, evidenciando um encargo significativo de custos adicionais. Adicionalmente, a Sociedade incorreu em custos fiscais de 400 mil euros, decorrentes das despesas de representação", pode ler-se.
"Parte significativa das despesas foi utilizada para fins estritamente pessoais", com 1,1 milhões gastos em viaturas ("uso simultâneo de vários veículos, com usufruto de familiares"); 700 mil euros em refeições, sendo menciondas "refeições profissionais sem justificação objetiva", com várias faturas de valores superiores a 1000 euros; 700 mil euros em viagens, incluindo deslocações "privadas" para destinos "não relacionados com a atividade do clube; 477 mil euros em "obras, bens imobiliários e mobiliários para uso privado"; e 70 mil euros em "outras despesas, gastos em joalharias e relojoarias".
"Além da utilização do plafond para fins pessoais, os administradores apresentaram despesas que excederam o limite estabelecido pela Comissão de Vencimentos, totalizando cerca de 420 mil euros de excedente nas 10 épocas analisadas", diz o documento.