Bancadas com um terço da lotação nas mãos da DGS

O regresso dos adeptos às bancadas tem sido tema debatido nas reuniões que a Liga Portugal mantém com os clubes, com o objetivo de preparar a próxima temporada. E se, por um lado, a calendarização tem gerado ondas de discórdia, por outro a reabertura dos estádios ao público, pelo menos em 2020/21, aparenta ser um ponto consensual. Ao que o JN apurou, a entidade presidida por Pedro Proença sugeriu a ocupação de um terço da lotação de cada estádio e os clubes aceitaram a proposta, sendo que a decisão final caberá sempre à Direção-Geral da Saúde (DGS) e, consequentemente, à evolução dos números da pandemia da covid-19 em Portugal.

Ainda de acordo com o que nos foi possível apurar, caso surja luz verde para a reabertura das bancadas aos adeptos nos moldes referidos, os clubes parecem apostados em dar preferência aos detentores de lugares anuais na compra dos ingressos. Abrir os camarotes dos estádios, igualmente com ocupação reduzida, também foi uma ideia posta em cima da mesa, sendo que esses espectadores contam para o terço da lotação geral de cada estádio.

Apesar de tudo, ainda há muitas coisas para definir no que a isto diz respeito, como a ocupação de bancadas que, em situações normais, são destinadas ao público visitante. Também nesse caso, só um terço desses lugares estarão preenchidos. No entanto, como se sabe, nem todos os clubes conseguem ocupar a totalidade dos lugares a que têm direito quando vão jogar fora - imagine-se, apenas a título de exemplo, uma deslocação do Santa Clara a casa de um dos três grandes -, faltando perceber se essas cadeiras poderão ser, depois, atribuídas a adeptos da equipa visitada.

Esta proposta da Liga Portugal, que abrangerá os dois campeonatos profissionais, parece encontrar sintonia no Governo, a avaliar pelos sinais mais recentes. A publicação em "Diário da República" da portaria que regula o novo Cartão do Adepto, para entrar em vigor na temporada de 2020/21, é uma prova disso.

Em todo o caso, conforme adiantou o JN em tempo oportuno, ainda há expectativa de ver público, embora em número reduzido, no que falta jogar da presente época. Apesar de, há um par de semanas, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, ter dito que isso não estava a ser equacionado, a verdade é que clubes, Liga e algumas fações do Governo acreditam que é possível.

Recorde-se que as receitas com bilhetes são uma fonte importante para a saúde financeira das diversas sociedades desportivas.

Cartão preocupa claques

Elementos de muitas claques portuguesas estão preocupados com as regras definidas para a obtenção do Cartão do Adepto e têm partilhado, nas redes sociais, uma imagem com um sinal de proibição em cima do documento, lembrando que esta medida gerou mais violência em Itália e foi abolida.

Taça prepara-se sem público

A final da Taça de Portugal, sabe o JN, está a ser preparada, para já, para acontecer sem presença de público. Com o Estádio Nacional fora de hipótese, o palco do jogo decisivo, entre F. C. Porto e Benfica, a 1 de agosto, será conhecido esta semana. Leiria, Coimbra e Aveiro são hipóteses.

Espanha já tem protocolo definido

O uso de máscara durante o jogo, a medição da temperatura à chegada e áreas reservadas perto das saídas para adeptos de risco são alguns pontos do protocolo espanhol para o regresso dos adeptos às bancadas. Em Portugal será idêntico.