Defeso pouco propício a alterações nos comandos técnicos, só com duas mexidas certas, nas águias e nos arsenalistas. Há um ano houve o dobro de mudanças.
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A esmagadora maioria das equipas que vão disputar o campeonato de 2022/23 vão fazê-lo com o mesmo treinador com que acabaram a época recentemente concluída. Uma aposta na continuidade, que apenas é contrariada na Luz e na "pedreira".
Salvaguardando surpresas de última hora, nomeadamente relacionadas com o mercado de transferências e sabendo-se que a última vaga (garantida pelo Chaves) só neste fim de semana ficou definida, apenas se vislumbram duas mexidas de banco: Roger Schmidt rende Nélson Veríssimo no Benfica e Artur Jorge sucede a Carlos Carvalhal, à frente do Braga.
Em comparação com o anterior defeso verifica-se uma descida nas trocas. No verão de 2021 quatro equipas mudaram de treinador (Vitória de Guimarães, Boavista, Moreirense e Paços de Ferreira), mais dois dos três que desceram: Rio Ave e Nacional, sendo a exceção o Farense, com a continuidade de Jorge Costa.
Entre as 15 equipas que garantiram automaticamente a permanência em 2022/23, só os terceiro e quarto classificado trocaram de técnico. Realce para Sérgio Conceição, que vai entrar na sexta época no F.C. Porto (271 jogos). Ruben Amorim, no Sporting, acumula 106 jogos desde 8 de março de 2020 e Paulo Sérgio (Portimonense), começou no mês anterior (15 de fevereiro) e tem 89 jogos. Álvaro Pacheco vai para a quarta época no Vizela (104 jogos), mas nas duas primeiras não foi na Liga, trepando desde o terceiro escalão.
De resto, na Liga, apenas Ricardo Soares está também há mais de um ano na mesma equipa (Gil Vicente), clube onde ingressou a 20 de novembro de 2020 (69 jogos).
Bruno Pinheiro, que se prepara para iniciar a terceira época no Estoril (81 jogos), na primeira esteve na Liga 2. O mesmo se passa com Armando Evangelista (Arouca), que tem 75 jogos no comando dos arouquenses, mas no primeiro ano foi no escalão secundário.
Das equipas que subiram diretamente à Liga (Rio Ave e Casa Pia), também não vai haver alterações, com Luís Freire e Filipe Martins nos bancos, respetivamente. No primeiro caso será pelo segundo ano, enquanto nos casapianos já vai na terceira época.
Perfil dos novos técnicos
Roger Schmidt
55 anos
Treinador do Benfica
Ex-PSV
Com metade da carreira feita no país natal (Alemanha), chega ao Benfica após duas épocas no PSV (Países Baixos). No início de 2021/22 cruzou-se com as águias no playoff da Champions, falhando a qualificação. Com percurso modesto como jogador, é licenciado em engenharia e trabalhou oito anos numa empresa. O futebol de ataque é uma das imagens de marca de um técnico que ostenta mais elogios do que troféus. Em 2013/14, venceu a Liga da Áustria, pelo RB Salzburg, o que lhe valeu voltar à Alemanha, com três anos no Bayer Leverkusen.
Artur Jorge
50 anos
Treinador do Braga
Ex-Braga B
Formado no Braga, onde esteve 12 épocas na equipa principal, enquanto jogador e capitão, entre 1992 e 2004, o antigo central fez 15 golos em 265 jogos pelo clube minhoto. Como treinador passou por quase todos os escalões masculinos dos arsenalistas, com realce para a orientação da equipa principal na reta final de 2019/20, que culminou com a subida da equipa ao terceiro lugar, ultrapassando o Sporting. Em 2021/22 orientou a equipa B do Braga na Liga 3. Desta feita, volta à equipa A, com estatuto reforçado.