O jamaicano Usain Bolt, o mais mediático atleta da atualidade, entrou em ação logo no primeiro dia dos Mundiais de Moscovo e deu sinais de grande descontração, ao "passear-se" nas séries de 100 metros.
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Bolt correu o "mínimo", sem acelerar grandemente, para ganhar a sua série em 10,07 segundos, o que lhe dá o sétimo tempo para as meias-finais de domingo, a que também acederam os outros favoritos para as medalhas.
Entre a elite da velocidade, apenas o britânico James Dasaolu teve grande dificuldade em passar ao grupo dos melhores 24 - foi quarto na sua série e precisou de repescagem por tempos, "segura" por um centésimo apenas.
Os norte-americanos "mostraram-se" nesta fase, com os dois melhores tempos das séries - 9,98 para Mike Rogers e 9,99 para Justin Gatlin -, mas, domingo, tudo volta a zero, em jornada em que se disputam três meias-finais e a final, em fecho de programa.
O primeiro dia já contou com duas finais e tanto nos 10.000 metros masculinos como na maratona feminina ganharam atletas em quem se podia apostar sem grandes problemas - o britânico "Mo" Farah (nascido na Somália) e a queniana Edna Kiplagat.
Mohamed Farah, campeão europeu e olímpico da dupla légua, junta ao palmarés o título mundial, pondo assim termo a uma impressionante série de cinco vitórias de atletas da Etiópia.
Com um último quilómetro velocíssimo, após uma prova tática que permitiu que um grupo de seis chegasse junto para as duas voltas finais, Farah ganhou em 27.21,71 minutos, com o anterior campeão mundial, o etíope Ibrahim Jeilan, a ser segundo, com 27.22,23.
Não muito longe, Paul Kipngetich Tanui era terceiro, com 27.22,61, o seu melhor resultado de sempre, a defender os pergaminhos dos quenianos no meio-fundo.
Galen Rupp, dos Estados Unidos, vice-campeão olímpico, foi desta vez quarto, mas de novo claramente o atleta não nascido em África mais bem classificado.
O balanço do primeiro dia é melhor para o Quénia graças aos resultados da maratona feminina, em que Edna Kiplagat revalidou o título, com 2:25.44, uma marca de grande qualidade atendendo ao facto de se ter corrido ao início da tarde, com 28 graus.
Segunda este ano em Londres, Kiplagat, primeira mulher a revalidar o título na prova, confirmou que "ressurgia" após o desaire que foi a maratona olímpica, em que foi apenas 20.ª.
Em sentido oposto, a campeã olímpica, a etíope Tiki Gelana, desistiu, "ajudando" ao KO quase completo da sua seleção, que nem sequer pontuou coletivamente para a Taça do Mundo - apenas uma das atletas concluiu, em 13.º lugar.
A "razia" de desistências, que também impediu o Japão de pontuar coletivamente, aliada ao facto de o Quénia prescindir da luta por equipas, permitiu o inesperado triunfo da Coreia do Norte, com 7:53.39 (um oitavo, um 14.º e um 17.º lugares), à frente de Estados Unidos e Lituânia.
Individualmente, o pódio ficou completo com a prata da surpreendente italiana Valeria Straneo e com o bronze da japonesa Kayoko Fukushi, imediatamente antes da sua compatriota Ryoko Kizaki.
Os dois portugueses que competiram na manhã de hoje, Edi Maia, no salto com vara, e Irina Rodrigues, no lançamento do disco, tiveram prestações regulares, mas falhando a passagem às finais da sua especialidade.
Edi Maia pode queixar-se do facto de as suas varas habituais se terem "perdido" nos aeroportos e ter de recorrer a varas emprestadas pela equipa brasileira. Ainda assim, passou 5,40 metros (a 15 centímetros da qualificação), para um 24.º lugar final.
Irina Rodrigues foi a 17.ª melhor desta fase, falhando o apuramento para a final por dois metros e meio - lançou a 57,64 e a passagem para a final fechou em 60,14.