Ex-presidente do Sporting diz-se "envergonhado com os órgão sociais" do clube e com a apatia dos sócios e considera "ilegal" a assembleia geral deste sábado, convocada para votação da expulsão do ex-dirigente.
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"Quem expulsar-me? Expulsem-me. Espero é que, um dia, acordem e percebam o que se está a passar", disse Bruno de Carvalho, em conferência de imprensa decorrida esta tarde de sexta-feira.
Entre outras infrações, Bruno de Carvalho foi expulso por tentativa de bloqueio de contas e de usurpação de funções, acusações que o ex-presidente do Sporting nega.
"Esta é a minha maior vergonha profissional. Defendi o Sporting contra os poderes instalados. Foi uma luta titânica, sempre a pensar nos interesses do Sporting. Mas o sistema conseguiu apanhar-me. Sabia dos riscos que ia correr, riscos pessoais terríveis. Abdiquei da minha vida pelo Sporting", acrescentou Bruno.
Destituído e expulso após processo movido pelo Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting, concluído em março último, "o presidente-adepto", com o próprio gosta de se apresentar, recorreu da sentença, que transita em julgado, sem mais recursos, na assembleia deste sábado, que também se pronunciará sobre o processo de expulsão movido a Alexandre Godinho, ex-vice-presidente.
"Não entendo a apatia dos sócios", insiste Bruno de Carvalho, que considera a assembleia "ilegal", por começar imediatamente com a votação, sem direito a qualquer argumentação da defesa.
Seja como for, o dirigente que liderou o Sporting entre março de 2013 e dezembro de 2018 dá-se já como expulso, "porque a votação não tem controlo".
"Até há carrinhas já prontas para ir buscar sócios mais antigos, com muitos votos e com orientações de voto já definidas", afirma Bruno de Carvalho que acusa a Direção de Frederico Varandas e os órgãos sociais de "mentirem compulsivamente" e de "manipularem os sócios".
"Seja como for, sei que, para além deste, está já preparado um novo processo de expulsão, ligado a Alcochete. Portanto, se não for amanhã, prepara-se mais uma palhaçada. Tenho vergonha do atual presidente, dos órgãos sociais e da apatia dos sócios", afirmou Bruno de Carvalho, que não confirmou a presença na assembleia.
Na quinta-feira, em entrevista à Rádio Estádio, o ex-presidente leonino disse, contudo, que não ia estar presente, para "não legitimar uma assembleia ilegal, por violação da Constituição e dos estatutos do clube".
Bruno contesta, sobretudo, que a assembleia se inicie com a abertura das mesas de voto, sem qualquer discussão entre os sócios e sem possibilidade de defesa. "Vai haver sentença sem julgamento. Infelizmente, o Sporting não cumpre as regras de um estado livre e democrático", considera Bruno de Carvalho.