Equipas italianas vão disputar as três finais da UEFA pela primeira vez desde 1994. Série A foi a segunda das cinco principais ligas europeias em investimento na contratação de jogadores em 2022/23, atrás da Premier League
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O futebol italiano está de volta ao topo das competições da UEFA, tendo conseguido apurar três equipas para as finais europeias. Inter, Roma e Fiorentina estão nas decisões da Champions League, Liga Europa e Liga Conferência, devolvendo o "calcio" a um esplendor que não se via desde a década de 1990.
A última vez em que clubes italianos estiveram nas três finais foi em 1994, ano em que o Milan ganhou a Champions ao Barcelona, o Inter venceu a final da Taça UEFA com o Salzburgo e o Parma perdeu a da extinta Taça das Taças com o Arsenal. Recorde-se que esta última prova deixou de existir em 1999, abrindo caminho a um período de 22 épocas apenas com duas provas europeias, interrompido no ano passado com a criação da Liga Conferência.
As razões para o renascimento da Itália no panorama continental podem ser encontradas na subida do investimento ao nível da contratação de jogadores. Na temporada em curso, incluindo os mercados de verão e de inverno, os clubes transalpinos gastaram 845 milhões de euros em reforços, o que fez da Série A o segundo mais gastador dos principais campeonatos europeus, apenas atrás da Premier League.
Feitas as contas aos chamados "big five", os clubes da liga italiana gastaram mais do que os da Liga Francesa (700 milhões), da Liga Espanhola (560 milhões) e da Bundesliga (552 milhões), mas ainda assim muito menos do que os da Liga Inglesa, que lidera o investimento de forma avassaladora, com 3000 milhões de euros em contratações em 2022/23.
Recorde-se que Inglaterra tem dois clubes nas finais (o Manchester City vai disputar a da Champions com o Inter e o West Ham vai jogar a da Liga Conferência com a Fiorentina), enquanto a Espanha tem o Sevilha na final da Liga Europa com a Roma.
Campeonato mais competitivo
O aumento do nível futebolístico da Série A tem sido notório nos últimos anos, ao longo dos quais o campeonato transalpino deixou de ser marcado por estratégias demasiado defensivas. A subida da qualidade dos treinadores e da prospeção de jogadores, aliadas à melhor organização e investimento de equipas médias, como a Atalanta, que na presente época foi o segundo clube mais gastador em reforços (100 milhões de euros), só atrás da Juventus, também explicam o renascimento do "calcio".
Já campeão, interrompendo um jejum com 33 anos, o Nápoles é outro caso de sucesso do futebol italiano. O clube napolitano foi o terceiro da Série A ao nível do investimento em reforços e, para além do "scudetto", chegou ainda aos quartos de final da Liga dos Campeões, eliminatória em que foi afastado pelo Milan.
No total, houve cinco equipas transalpinas nas meias-finais das três provas da UEFA (o Milan foi afastado pelo Inter na Champions e a Juve foi eliminada pelo Sevilha na Liga Europa), sendo que o fator sorte também teve influência, sobretudo no percurso do Inter, que chega à final da Champions League sem ter tido que defrontar qualquer equipa inglesa, espanhola ou alemã nas rondas a eliminar: os "nerazzurri" afastaram o F. C. Porto nos oitavos de final, o Benfica nos quartos e o Milan nas "meias".