Cardiologista pediátrico defende que "todos os clubes e escolas devem ter desfibrilador"
Sérgio Laranjo, cardiologista pediátrico, defende que "massificação do suporte básico de vida e de desfibriladores nas escolas e nos clubes". O especialista afirma que tal passo é fundamental para a assistência até à chegada de uma equipa médica.
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Em Portugal, está legalmente definido a partir de que idade os atletas têm de fazer um exame de medicina desportiva?
Teoricamente, todos os jovens para serem federados têm de fazer um exame médico-desportivo. Faz a história clínica da família, do atleta, o exame objetivo, que é a auscultação ou tensão arterial e a realização de um eletrocardiograma - é o que está previsto na lei.
Os exames são feitos por médicos de medicina desportiva?
Em Portugal, sim. A especialidade é relativamente recente, há poucos formados e como tal permite-se que o pediatra ou médico de família, desde que conheçam os atletas, possam fazer essa avaliação. Os clubes fazem parcerias com empresas, os clubes mais pequenos com clínicas.
Há situações que escapam ao exame?
Não há magia. Há situações que só no momento, pela adrenalina libertada pelo esforço ou por fenómenos de desidratação, é que vão ser desencadeadas e antes não eram passíveis de ser rastreadas.
A que sinais pais e treinadores devem estar atentos?
Cansaço súbito, tonturas durante o esforço, sentir o coração a bater demasiado depressa, desmaios são linhas vermelhas. Infelizmente, em situações de morte súbita, muitas vezes o primeiro sintoma é o único sintoma. Por isso, é fundamental a massificação do suporte básico de vida e de desfibriladores nas escolas e nos clubes. Só isso permite o resgate até chegar uma equipa.
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