Greenwood, do Manchester United, é o mais recente caso de um rol alargado de acusações contra futebolistas. Clubes e marcas tentam demarcar-se dos acusados. Robinho foi condenado a pena de prisão e Benjamin Mendy aguarda julgamento.
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Num ápice, Mason Greenwood, 20 anos completos em outubro, passou de ser uma das grandes promessas do futebol mundial a quase nome proibido na indústria. A denúncia de violência doméstica e de violação por parte da namorada, Harriet Robson, levou à detenção do jogador do Manchester United e os efeitos colaterais não demoraram a chegar.
Nomes fortes do balneário do United deixaram de seguir o internacional inglês nas redes sociais, entre os quais Cristiano Ronaldo e Paul Pogba. O próprio clube retirou da sua loja online todos os produtos com referência a Greenwood e já há patrocinadores a demarcar-se da imagem do jovem, entre os quais a gigante norte-americana Nike, que se mostrou "profundamente preocupada pelas inquietantes acusações" entretanto conhecidas e prometeu "seguir de perto a situação".
Nos últimos meses, as acusações de violação sexual que pendem sobre atletas da Premier League têm ensombrado o futebol inglês. Benjamin Mendy, jogador do Manchester City, aguarda julgamento após ter sido acusado de violação e agressão sexual contra cinco mulheres.
Em outubro do ano passado, Bissouma, jogador do Brighton, saiu algemado de uma discoteca por suspeita de agressão sexual. Mais perturbador é o caso de Gilfy Sigurdsson, antigo médio do Everton, que foi detido em julho de 2021 por suspeitas de abuso sexual de menores.
A detenção reavivou a memória do caso de Adam Johnson, antigo médio do Sunderland, que, em 2016, foi condenado a seis anos de prisão por ter beijado e assediado sexualmente uma menor. Johnson foi libertado em 2019, após ter cumprido metade da pena.
Um escândalo de assédio sexual envolvendo jogadores da seleção islandesa, em 2017, levou mesmo à demissão do presidente da federação local, Gudni Bergsson, em agosto do ano passado. Sigthorsson, avançado do IFK Gotemburgo, foi igualmente suspenso pelo clube sueco, na sequência do caso.
Robinho condenado em Itália
Já em 2022, foi confirmada a condenação do antigo internacional brasileiro Robinho a nove anos de prisão por violação em grupo a uma mulher, em Milão, num caso que remonta ao ano de 2013. O veredito da justiça italiana não é passível de recurso, sendo que o antigo jogador de Real Madrid e AC Milan, entre outros clubes, deverá cumprir a pena em solo brasileiro. Ricardo Falco, amigo de Robinho, foi igualmente condenado.
Assim que foi considerado culpado em primeira instância, em outubro de 2020, vários patrocinadores do Santos, que tinha acabado de anunciar o regresso de Robinho, avisaram o clube que apenas manteriam os contratos válidos caso o jogador não vestisse a camisola do "Peixe". Poucos dias depois, a Direção do Santos confirmou a suspensão do contrato com o avançado, hoje com 38 anos, e o negócio caiu.
Neymar, Cristiano Ronaldo ou Ruben Semedo, reforço do F. C. Porto no mercado de janeiro, também já foram acusados de alegada violação de mulheres, mas nestes casos os atletas foram ilibados pela justiça.