Outrora considerado um dos avançados de eleição entre a elite do futebol mundial, por estes dias Antoine Griezmann vive um período estranho da carreira: entra sempre em campo após o minuto 60 e pode não ser uma opção tática de Diego Simeone. Caso tem gerado muita polémica em Espanha.
Corpo do artigo
Nos cinco jogos que o Atlético realizou, esta temporada, o avançado jogou sempre menos de 31 minutos (29 com o Getafe, 29 com o Villarreal, 27 com o Valência, 28 com a Real Sociedad e 30 com o F. C. Porto).
O motivo da reduzida utilização do avançado, de 31 anos, pode estar ligada ao facto de o francês possuir uma cláusula de compra obrigatória, no contrato de empréstimo do Barcelona ao Atlético de Madrid. Esta alínea do acordo dita, alegadamente, que caso Griezmann cumprisse mais de 60 minutos em campo, em 12 a 14 jogos, os colchoneros teriam obrigatoriamente de pagar 40 milhões de euros aos culés, ficando com o jogador em definitivo. A avançada idade do jogador pode ser um dos fatores que faz com que a equipa de Simeone tente evitar pagar esta "multa", a todo o custo.
Por enquanto, Griezmann parece tranquilo em relação à situação. "É o que temos, a decisão não está nas minhas mãos. Agradeço a Deus por estar aqui. Claro que quero jogar mais, mas vou dar tudo de mim nos minutos que tenho. Sinto-me jogador do clube, estou feliz, quero dar tudo pelo clube, pelo Cholo (Simeone) e pelos adeptos", afirmou após ter marcado o golo que ditou a derrota do F. C. Porto, na Liga dos Campeões.
Já Diego Simeone defende que esta forma de utilização do atacante se deve, meramente, a uma opção com base na capacidade física do atleta. "Estamos juntos há muitos anos, e temos muito carinho um pelo outro. Além disso há uma realidade, os números. A última temporada foi irregular, mas esperamos que esteja forte. Tem-nos servido bem, demonstra o que vale nesses minutos. O que podemos ver é a realidade, é que em 30 minutos ele está muito bem. Em 60 minutos não sabemos... eu sigo a realidade", disse o treinador.
Se, por um lado, os responsáveis do Atlético de Madrid acreditam que esta tática pode evitar o pagamento ao Barcelona, os responsáveis do emblema catalão acreditam numa outra versão.
Segundo o jornal "Sport", o Barcelona entende que o empréstimo de Griezmann foi válido na passada época (2021/2022) e seria prolongado por uma outra caso o jogador atuasse em mais de metade dos jogos em que estivesse disponível para Diego Simeone. Não só tal aconteceu como, feitas as contas, foi utilizado em 80% do tempo pelo argentino.
Este fator renovaria o contrato de empréstimo, mas ditava o pagamento obrigatório dos 40 milhões de euros no final desta temporada.
Sem que nenhuma das partes pareça ter vontade de ceder, o caso promete dar muitas voltas e gerar (ainda mais) polémica nos próximos tempos.