Griezmann, para lá do tempo de compensação dado pelo árbitro, deu a vitória ao Atlético, que pouco fez para merecer... a igualdade
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Um ponto saberia a pouco, nenhum é praticamente um crime lesa-futebol. O F. C. Porto entrou no Grupo B da Champions a provar as palavras proferidas, na véspera, pelo capitão Pepe: o dragão nunca fica satisfeito com um empate e fez questão de provar isso mesmo na capital espanhola, mas acabou traído por uma sequência de acontecimentos que redundou em três golos obtidos para lá do tempo regulamentar, o último dos quais, marcado por Antoine Griezmann, a selar o triunfo do Atlético de Madrid, bem depois de terem sido esgotados os nove minutos extra dados pelo árbitro.
O campeão português foi sempre mais perigoso no Metropolitano. Ponto final, parágrafo, mas as razões para o resultado negativo também se podem escrever em esloveno. Jan Oblak provou que é um dos melhores guarda-redes do Mundo com duas defesas simplesmente impossíveis, que evitaram a festa de Eustaquio e João Mário, já na segunda parte. Por essa altura, e depois de um primeiro tempo equilibrado, já os azuis e brancos estavam por cima do duelo e iam desperdiçando várias outras oportunidades, mas entre os minutos 73 e 81 tudo começou a mudar. Primeiro, foi a lesão de Otávio a deixar a equipa atarantada e preocupada e, depois, Mehdi Taremi tentou cavar uma grande penalidade, viu o segundo amarelo e foi expulso.
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Só aí, e já depois de ter ouvido uma enorme assobiadela por parte dos adeptos espanhóis quando decidiu substituir João Félix, é que Diego Simeone começou a olhar para a baliza de Diogo Costa. O guarda-redes português, depois de ter passado quase 92 minutos como um espectador privilegiado, viu o remate de Hermoso desviar em João Mário e entrar na baliza.
O golo nada teve de "hermoso" - bonito, em castelhano -, e foi o mesmo jogador que, aos 90+5, deu mão dentro da área colchonera, como que a escrever direito por linhas tortas. Penálti que Uribe converteu no 1-1, mesmo que Oblak ainda tenha tocado na bola e ficado muito perto de a defender. Um mal menor, terão pensado os cerca de 2500 adeptos portugueses que estiveram no Estádio Civitas Metropolitano, mas o desfecho seria bem mais cruel.
Aos 90+11, e após um pontapé de canto assinalado já para lá do tempo de compensação, alguém se esqueceu de Griezmann ao segundo poste e o avançado cabeceou para o 2-1. O internacional francês, que por questões contratuais só pode entrar depois da hora de jogo (de forma a que o Atlético, sob a alçada financeira da UEFA, não pague mais 40 milhões de euros ao Barcelona), vestiu o papel de vilão de uma história que merecia ficar pintada a azul e branco.