A maioria dos clubes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional defende a recandidatura de Pedro Proença a um novo mandato como presidente do organismo. A centralização dos direitos televisivos é uma das maiores preocupações, com os dirigentes a querer antecipar o processo, previsto para 2028. O presidente da Liga não confirma a recandidatura.
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"A grande maioria dos clubes pediu a Pedro Proença para se recandidatar ao mandato 23-27. Os desafios que se colocam são importantes, é um trabalho que não findou e achamos que se deve recandidatar", defendeu o presidente do Penafiel, António Dias, esta terça-feira, no final da Cimeira dos presidentes que decorreu no Convento de São Francisco, em Coimbra.
Também o presidente do Boavista, Vítor Murta, defende a recandidatura de Proença. "Estamos contentes com o trabalho desenvolvido e apoiamos a sua continuidade para o próximo mandato. Não há outra forma de o vermos. É uma figura unânime", considerou.
Sobre a manifestação dos clubes, Pedro Proença anunciou que ainda vai analisar. "Recebemos por parte de quase todos os clubes um reconhecimento pelo trabalho que fizemos. Há um ciclo que se vai iniciar em junho e brevemente diremos se somos ou não candidatos", apontou, lembrando o que encontrou na Liga em 2015.
"Muito mais importante, o que interessa é que já não há espaço para aventureirismo, como antes de 2015 em que tínhamos uma Liga em estado de insolvência", recordou.
Antecipar a centralização
Num dos assuntos discutidos na Cimeira, os clubes manifestaram-se favoráveis à antecipação do prazo para a centralização dos direitos audiovisuais.
"Todos temos interesse que ande mais rápido, mesmo os clubes de maior dimensão têm interesse em que haja maior competitividade. Se as receitas não forem divididas de forma mais unânime, o futebol não vai beneficiar com isso", defendeu Vítor Murta.
Também o presidente do Vizela, Joaquim Ribeiro, entendeu que o prazo definido para a centralização entrar em vigor "não é o pretendido, mas a Liga vai tentar acelerar o processo".
Pedro Proença admitiu estar a ser estudada a antecipação.
"O que está em cima da mesa é o cumprimento do Decreto Lei, que estipula 2025 como data que temos de apresentar a proposta à Autoridade da Concorrência e 2028 para arrancar com este processo. Neste momento estudamos propostas de antecipação deste cenário, que só acontecerá se for benéfico para os clubes", revelou, lembrando também os contratos vigentes.
"A cadência com que os contratos terminam é um obstáculo, mas as propostas apresentadas à Liga podem antecipar esse processo. O mercado interage com as regras", considerou.