A Comissão de Fiscalização do Sporting, nomeada por Jaime Marta Soares, suspendeu preventivamente Bruno de Carvalho, esta quarta-feira, com efeitos imediatos.
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Com esta decisão, todos os membros do Conselho Diretivo são impedidos de entrar nas instalações do clube e têm agora dez dias para responder à nota de culpa enviada esta manhã. Todos os atos que tomarem a partir deste anúncio são nulos, explicou a Comissão de Fiscalização (CF) em conferência de imprensa.
Se Bruno de Carvalho não cumprir as decisões tomadas, a comissão admite recorrer à via judicial e mesmo à "remoção coerciva" dos membros do Conselho Diretivo das instalações do Sporting.
Para que o clube não caia no "vazio do sistema", a comissão anunciou que caberá agora ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares, a nomeação de uma comissão de gestão.
Para esta comissão, a assembleia marcada para dia 17 "não existe".
Bruno de Carvalho está suspenso da presidência do CD do Sporting, e não da presidência da SAD, na qual tem mandato até 30 de junho como representante do acionista maioritário, que é o Sporting.
Segundo António Paulo Santos, da CF, "cabe à comissão de gestão nomear um representante na SAD".
Questionada sobre se Bruno de Carvalho iria ser proibido de entrar nas instalações do clube, Rita Garcia Pereira admitiu que se for necessário, a CF irá recorrer à via judicial: "Esperemos que não seja necessário recorrer à via judicial. Mas, se for preciso, recorreremos".
Na base da decisão hoje anunciada pela CF, nomeada por Jaime Marta Soares na sequência da demissão do Conselho Fiscal e Disciplinar, está uma participação disciplinar contra o Conselho Diretivo, subscrita por 21 associados e apresentada em 04 de junho.
A participação disciplinar denunciava a "prática de gravíssimos ilícitos disciplinares que colocam em causa a própria subsistência da instituição Sporting Clube de Portugal".
"Após competente avaliação da participação, que requeria a suspensão dos membros em exercício de funções no Conselho Diretivo, entendeu-se não haver necessidade de procedimento prévio e partir para a suspensão imediata e deduzir nota de culpa que seguiu ainda hoje de manhã para os membros que estão em funções", explicou Rita Garcia Pereira.
A advogada, que integra a CF juntamente com António Paulo Santos, João Duque, Henrique Monteiro e Luís Sousa, explicou que na base da suspensão está a acusação de "violação dos estatutos".
João Duque assumiu que a decisão hoje anunciada, e que foi tomada por unanimidade pelos cinco membros da CF, foi difícil de tomar, mas resulta do cumprimento da lei.
"É uma ação que nos custa tomar, mas limita-se a aplicar a lei", referiu.
O presidente demissionário da Mesa da AG, Jaime Marta Soares, que na sequência desta decisão se tornou na principal figura do clube, assistiu à conferência de imprensa, da qual estiveram ausentes por motivos pessoais Henrique Monteiro e Luís Sousa, mas remeteu para mais tarde declarações sobre a comissão de gestão.