A Comissão Europeia pretende substituir, até 2031, as borrachas, provenientes de pneus reciclados, que compõem os relvados sintéticos. O objetivo é reduzir as emissões de microplásticos para o ambiente, em oito anos, revela o jornal espanhol "El Confidencial".
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As instalações desportivas, que sustentam modalidades como o futebol, râguebi, padel e ténis, terão de ser modificadas, em oito anos. Segundo o jornal espanhol El Confidencial, a Comissão Europeia quer travar as emissões de microplásticos para o ambiente e, até 2031, as borrachas que compõe os campos de relvado artificial terão de desaparecer. Este material, proveniente de pneus reciclados, está presente também em parques infantis.
Em Portugal, esta medida pode afetar o futuro de muitos clubes e praticantes não profissionais. O sintético, por não necessitar de uma manutenção contínua, mesmo perante condições meteorológicas adversas, tem sido bastante procurado nos últimos anos.
Em 2017/18, nas ligas profissionais, os clubes portugueses foram proibidos de jogar em campos com relvado sintético. Contudo, nas divisões não profissionais, este tipo de relvado é o mais comum a ser utilizado, o que pode aumentar ainda mais o fosso entre divisões.
Estes relvados começaram já a ser banidos um pouco por todo o mundo. Em sintéticos, os atletas podem sofrer queimaduras e lesões graves, devido à pouca flexibilidade e instabilidade quando molhados.
No entanto, ainda não foi definido um substituto para este componente. Os "pelados" e os relvados naturais, devido à pouca taração e custos elevados, não parecem ser uma solução. O futuro deverá passar pela utilização de cortiça e caroço de azeitona.
Fora dos relvados, os materiais com altas emissões de microplásticos também estão a ser combatidos. Dependendo dos produtos, que podem ir de purpurinas e cosméticos até medicamentos e dispositivos médicos, o prazo para a implementação da medida pode variar entre quatro a doze anos. Os casos mais urgentes começam a ser removidos já neste mês de outubro.