O treinador do F. C. Porto fez a antevisão do duelo deste sábado com o Estrela da Amadora e admitiu que a conquista do título está “mais difícil” depois de dois jogos consecutivos sem vencer, mas garante que “ninguém atira a toalha ao chão”.
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“O Estrela foi a equipa, a par do Rio Ave, que registou mais entradas de jogadores [em janeiro] e que entraram diretamente na equipa. A dinâmica e os princípios não mudaram muito, mas os jogadores têm outras características. Sabemos as dificuldades que vamos ter, não há jogos fáceis neste campeonato e cabe-nos fazer o máximo para conquistar os três pontos”, afirmou Sérgio Conceição, assumindo, sem problemas, que chegar ao primeiro lugar se tornou mais complicado após a derrota em Arouca.
“Está mais difícil, claro que está, mas não é impossível. Aqui ninguém atira a toalha ao chão, ninguém desiste. Já fomos ao Benfica a sete pontos, ganhámos e acabamos por perder o campeonato por dois pontos. Somos conscientes, as coisas estão mais difíceis mas vamos dar luta até ao fim”, garantiu, negando que o desaire em Arouca se tenha devido à falta de empenho.
“Não tem a ver com atitude. Foi o jogo com mais alta intensidade que tivemos. Falar do equilíbrio defensivo, tem a ver com o processo ofensivo, em ataque organizado. Há passes que não se podem errar. A atitude, ambição destes jogadores não mudou nada. Quando eu era jogador, tínhamos 15, no mínimo, que pertenciam à formação e percebiam melhor o que é o clube, a cidade, região e ambição. Agora é mais difícil, mas não quer dizer que não tenham ambição”, realçou, antes de salientar que existem cenários piores do que um qualquer desfecho de um jogo de futebol.
“Entrámos mal, mas também houve mérito do Arouca, Faltou algum discernimento com bola e isso fez com que sofrêssemos transições perigosas. Houve um penálti para o 2-1 e depois houve outra situação na outra área que não foi assinalada. O Arouca fez quatro remates e três golos. Empatar e perder, para nós, não serve, nem nunca serviu nesta casa. Daí a este avolumar nas críticas… A crise é corrupção desportiva, salários em atraso, isso é que é crise. Estamos nos oitavos da Champions, estamos um bocado atrás dos outros, mas vamos lutar até ao último segundo do último jogo. Até agora, só o Braga é que ganhou um título, no final fazemos as contas”, pediu.
Sobre o estado anímico da equipa depois de dois resultados negativos, Conceição foi absolutamente direto: “É igual ao que eu tenho neste momento. Eles [jogadores] percebem que não estamos num bom momento. Não é normal empatarmos em casa com o Rio Ave, num jogo com muitas oportunidades, golos anulados por uma unha e penáltis por marcar. Em Arouca devíamos ter dado outra resposta, temos de a dar amanhã. Esta é uma equipa jovem, os adeptos sabem, fizemos coisas muito boas esta época. Precisamos do verdadeiro apoio, para os 90+7, 90+8 ou 90+9, e não digo mais minutos por causa dos castigos. Que haja um sprint para fazer golo ou evitar golo. É um grupo jovem mas que quer muito vencer”, salientou.
Em relação ao calendário apertado que enfrenta, com quatro jogos em 12 dias, com o regresso da Champions e uma eliminatória com o Arsenal, o treinador diz que a pressão faz parte do dia a dia.
“Lembro-me das primeiras conferências aqui, há seis anos e tal. Estava sempre em teste, andei sempre em testes e vou continuar. Vou continuar. Gosto da pressão, não gosto de perder e empatar. Gosto de ciclos difíceis, é natural que o sejam no F. C. Porto porque cada empate é sempre um desastre. Estamos preocupados é com o Estrela. Vocês têm pouca curiosidade pelo Estrela, fala-se muito do que anda a volta do futebol e pouco do jogo”, lembrou.