Treinador do F. C. Porto diz que as estatísticas não servem de nada em clássicos como o de sexta-feira. Viu a derrota do Benfica com o Salzburgo, mas entende que os jogos não são comparáveis. Sem comentários sobre a nomeação do árbitro João Pinheiro.
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Na antevisão do duelo com as águias, Sérgio Conceição desvalorizou o sucesso que tem tido na Luz, onde soma quatro vitórias em seis jogos desde que está ao leme do F. C. Porto.
"Esse passado recente não conta nada para amanhã. Sempre disse que as estatísticas dizem-me pouco. Faz parte do meu trabalho preparar os grandes jogos, mas sinceramente fico mais preocupado com os outros, porque aqui tem de ser igual jogar com o Barcelona ou com o Vilar de Perdizes. [Na Luz], vamos encontrar do outro lado uma equipa com jogadores de altíssimo nível, mas nõs também os temos", afirmou o técnico portista.
Confrontado com a derrota na Supertaça, num duelo em que o F. C. Porto dominou a primeira parte, sem marcar golos, e perdeu o controlo do jogo na segunda, período em que o Benfica chegou à vitória, Conceição foi evasivo e também não quis falar da nomeação do árbitro João Pinheiro para este clássico.
"Nesse jogo houve duas partes distintas, por mérito do adversário e por demérito nosso [...] Não podemos prever o que vai acontecer. Cada jogo tem a sua história. Sabemos apenas que temos de dar o nosso máximo. Os clássicos são sempre diferentes, vamos com respeito pelo adversário, mas também com ambição de ir à Luz ganhar", referiu, recusando a ideia de que o desaire do Benfica em casa com o Salzburgo (0-2), na semana passada, lhe possa dar algum sinal de como conseguir mais um bom resultado no estádio do rival.
"Vi esse jogo, como os outros do nosso adversário. Faz parte da preparação. O Benfica ficou em inferioridade numérica, tal como já tinha acontecido contra o Boavista. São momentos diferentes e jogos de competições diferentes. Não tirei notas nenhumas, a não ser os comportamentos da equipa em diversas situações", sublinhou.
Questionado sobre a afirmação que já teve, de que o F. C. Porto tem jogado "pouquinho" desde o início da época, o treinador dos dragões reconheceu que a equipa "tem de melhorar", mas não deixou os críticos sem resposta: "Li uma crónica de alguém que se diz portista a dizer que aqui é tudo ao molho e fé em Deus. Não é assim. Tenho a noção de que podemos fazer mais e melhor, mas há quem queira fazer dessa expressão, de jogar 'pouquinho', uma bandeira. Estamos no início da época. O mais importante é cumprir o objetivo de vitórias".
Sobre a diferença na avaliação que é feita dos dois plantéis ao nível da cotação dos jogadores no mercado, com vantagem para o Benfica, Conceição começou por dizer que é um facto que o clube da Luz "investiu cerca do dobro" em reforços para esta época, mas também disse que o importante é saber que o plantel do F. C. Porto lhe dá "garantias" para formar uma "equipa competitiva".
No dia em que os dragões festejam 130 anos de existência, o técnico deu os parabéns a "todos os adeptos, sócios e simpatizantes, que são a alma do clube" e não escondeu um sorriso quando questionado sobre o facto de ser o único treinador, no futebol, que levou títulos (10) para o museu do clube desde a inauguração em 2013: "O que posso acrescentar a esses troféus é uma vitória amanhã para o objetivo final de ganhar o campeonato. Espero contribuir com mais [títulos para o museu] no final desta época".