O treinador do F. C. Porto afirmou, na antevisão do duelo com o Casa Pia, que o objetivo é terminar com a série de três jogos consecutivos sem ganhar na LIga, assumindo que o facto de lutar pelo lugar mais baixo do pódio é algo a que não está habituado. Pepe, Francisco Conceição e Gonçalo Borges estão em dúvida.
Corpo do artigo
“O Casa Pia é uma equipa que não faz muitos golos, mas também não sofre. Defende bem, é consistente e essa organização defensiva dá para aproveitar os jogadores evoluídos que tem na frente para atacar de forma rápida. Temos de ser inteligentes no jogo, no pouco espaço que nos dão, para perceber o que devemos e podemos explorar. Foi essa a preparação para chegar a Rio Maior e ganhar o jogo”, resumiu Sérgio Conceição, antes de abordar o momento da equipa na Liga, numa altura em que tem os mesmos pontos do Braga e mais dois que o V. Guimarães, após três jogos seguidos sem ganhar no campeonato.
“Soa a estranho isso… Não nos agarramos às estatísticas para estarmos mais ou menos motivados. O Casa Pia foi fazer quatro golos a Vizela, dois no terreno do Vitória. O jogo ganha uma vida própria com aquilo que fizermos e pusermos no jogo. Olhar para o terceiro lugar é uma realidade, temos de olhar. Temos duas equipas muito próximas, poderemos entrar em campo no quarto lugar e não é isso que queremos. Temos é de fazer tudo para ganhar os cinco jogos que faltam”, salientou o técnico, que, à semelhança do que aconteceu na meia-final da Taça, vai voltar a chamar jogadores da formação à convocatória.
“O futuro dos clubes passa por aí, pela formação. Olhando para os campeonatos dos tubarões há muitos jovens da formação a aparecer também. Nós temos um leque feitos na formação do F. C. Porto, na última convocatória estavam mais de 50% de jogadores que passaram pela equipa B e olho para esses jovens que representaram tão bem o F. C. Porto [na final four da Youth League] – mereciam mais do que perder nos penáltis. Se calhar um ou dois vão diretamente para a nossa convocatória”, disse, antes de explicar a razão.
“O Pepe, o Francisco e o Gonçalo Borges não treinaram hoje. Se calhar vamos ter de chamar dois ou três jogos que estiveram ontem no jogo. Parabéns ao Capucho e ao Folha. O futuro do clube será por aí”, acrescentou, detalhando as situações do central e dos dois extremos.
“O doutor apareceu-me no gabinete e, a cada 15 minutos, trouxe um caso diferente. O Gonçalo sofreu um traumatismo há dois dias, ontem treinou medicado, mas hoje ficou pior. O Pepe tem uma ligeira inflamação tendão de Aquiles e o Francisco uma dor no calcanhar. Fez gelo e queimou o calcanhar, hoje nem podia calçar uma sapatilha”, revelou, antes de ser questionado sobre como se motiva uma equipa que já não pode lutar para ser campeã.
“Veio-me à cabeça um treinador italiano que disse que ele nunca motivou a equipa, os jogadores têm obrigação de se automotivarem. Estão na final da Taça, fizeram uma excelente prova na Liga dos Campeões e por demérito, nosso e não só, não estamos a lutar pelos lugares a que estamos habituados. Nos últimos seis anos fizemos sempre acima de 80 pontos e este ano no campeonato não correu tão bem. Eles têm de perceber que representam um clube cuja base de trabalho tem de ser diária. O objetivo é, sempre, a vitória”, realçou, antes de voltar a elogiar Taremi, que marca há dois jogos seguidos depois de um período afastado da equipa.
“Também temos do Danny [Namaso] e o Wendell da equipa B. O Taremi esteve sempre comprometido e foi profissional. Não jogava por causa do que eu entendia para o jogo e pelo trabalho da semana. Está a trabalhar bem, a competir bem e é uma opção válida para o jogo, tal como os outros”, antes de ser questionado sobre o que sentia, como pai, por Francisco Conceição ter sido considerado o segundo melhor driblador do Mundo.
“Não estou aqui como pai, lá fora posso responder a essa pergunta”, disse, terminando a conferência de imprensa com um elogio: “Hoje falou-se de futebol, parabéns”.