O treinador portista não tem dúvidas. Os dragões vão enfrentar um adversário de muita qualidade atacante nos oitavos de final da Liga Europa, mas os pontos fracos da equipa francesa também estão identificados e o técnico garante não sentir uma pressão adicional pelo facto de o F. C. Porto ser uma das duas equipas ainda em prova que já ganharam a segunda mais importante competição da UEFA.
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"Olhamos sempre para o que são os adversários, analisámos qualidade individual e coletiva. É verdade que o Lyon não está a fazer um campeonato como seria de esperar de uma equipa com aquele orçamento e qualidade. Mas na Liga Europa tem mostrado o que vale. É uma equipa muito capaz no ataque, com dois avançados muito fortes fisicamente", afirmou Sérgio Conceição, antes de abrir uma brecha na muralha do adversário desta quarta-feira.
"É uma equipa diferente da que defrontámos na pré-época. Têm sido apontadas algumas fragilidades defensivas ao Lyon e é por aí. Temos de perceber o que podemos aproveitar, as precauções que temos de ter, mas sobretudo o que temos de fazer como equipa durante o jogo", destacou, entre as dificuldades que a sobrecarga de jogos provoca na preparação dos encontros.
"Três jogos numa semana... ao fim de algum tempo, torna-se desgastante. Ainda hoje viram que quem saiu para treino foram os jogadores menos utilizados com o Paços. A preparação para este jogo foi mais quadro e vídeo, que eu aprecio, mas gosto mais do trabalho de campo. Condiciona a preparação dos jogos, mas o conhecimento é grande. O departamento médico, o fisiologista, toda a gente trabalha em conjunto para que os jogadores possam estar a 100%. O problema é que esta densidade competitiva pode causar alguma lesão, algo que não queremos".
Na liderança do campeonato português, o F. C. Porto joga em três tabuleiros - Liga, Taça de Portugal e Liga Europa -, enquanto o Lyon parece privilegiar a prova da UEFA, tendo poupado alguns jogadores na última jornada em França.
"Um ou outro jogador não atuou no último jogo, se calhar a pensar em amanhã. Acho que pode ser por aí, mas isso não muda a nossa forma de encarar o jogo, até porque não podemos controlar as prioridades da época do nosso adversário", comentou.
Conceição reconheceu que é importante conhecer o futebol francês por dentro - foi treinador do Nantes antes de rumar à Invicta -, mas que tal não é decisivo. "É importante ter esse conhecimento, mas eu sou apaixonado por futebol, sigo várias ligas e até futebol distrital vejo, quando vou a Coimbra. Fui treinador em França, eu e a equipa técnica, o Dembelé é francês, é um dos cinco melhores campeonatos do Mundo, mas ter trabalhado lá não é uma vantagem".
Salientando ficar "muito satisfeito" com o sucesso de todas as equipas portuguesas nas competições europeias, Conceição comentou o facto de apenas F. C. Porto e Sevilha já terem conquistado a Liga Europa entre os 16 clubes ainda em competição.
"Isso é história, isso é museu. Temos de olhar para o momento das equipas. Representamos um clube histórico, mais habituado à Liga dos Campeões, e essa responsabilidade é natural. Isso passa para o trabalho diário, dar o máximo, andar no limite para a equipa ser competitiva e ganhar jogos. Já ganhámos esta prova, mas se perguntarem à maior parte dos jogadores sobre a conquista de 2003... por exemplo, o Francisco [Conceição] tinha apenas um ano. Mas eles sentem a responsabilidade de estar num clube habituado a ter resultados fantásticos na Europa".