José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), mostrou-se, esta sexta-feira, preocupado com as limitações que vão rodear os Jogos Olímpicos Tóquio2020, mas sublinhou que isso não servirá de desculpa para qualquer resultado menos conseguido.
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"Os objetivos desportivos que temos não foram alterados e não vamos explicar os resultados, sejam eles quais forem, com a pandemia. Contudo, a experiência vai ser penosa. Vamos com espírito de missão, mas sabendo que vamos ter pela frente uma operação que é muito diferente do que antecipávamos. Está comprometida a magia dos Jogos, logo começando pela impossibilidade de termos pessoas de todo o mundo a competir e a assistir. Os Jogos vão ter que se fazer, mas em condições penalizantes para todos os elementos das diferentes missões", considerou o presidente do COP.
Mostrando-se "preocupado com o grau de severidade no controlo a que o evento vai estar sujeito", José Manuel Constantino revelou que está montado um "desafio logístico" a todos aqueles que vão estar em Tóquio, destacando igualmente o facto de os estudos de opinião mostrarem que os japoneses estão pouco recetivos à ideia de receber a competição.
"Vai ser um desafio complexo, difícil, completamente diferente daquele a que estávamos habituados, sobretudo do ponto de vista do controlo a que vai estar sujeito, da mobilidade e de restrições impostas. Além disso, a competição vai decorrer num contexto em que a maioria do povo japonês que não nos quer lá, quando, normalmente, é um evento num clima positivo e em que todos querem participar. Em suma, os Jogos vão realizar-se, o que vai compensar o esforço feito pelos atletas, mas em condições complexas, difíceis, saturantes e num contexto que não é favorável", resumiu o líder do COP.
Já sobre o contingente português que vai rumar ao Japão e que conta, nesta altura, com 72 atletas, José Manuel Constantino assumiu estar "satisfeito".
"Temos nesta altura 72 atletas e aguardamos mais qualificações. Estamos satisfeitos do ponto de vista quantitativo, está dentro das nossas expectativas. Do ponto de vista da representação do género, estamos na quota pretendida de 60-40, ficando apenas aquém no número de modalidades representadas, onde tínhamos apontado para 19 e estamos perto das 16. Portanto, globalmente, é uma avaliação positiva", concluiu o dirigente.
Os Jogos Olímpicos, adiados um ano devido à pandemia de covid-19, vão decorrer entre 23 de julho e 8 de agosto.