Corrida de São Silvestre nasceu no Brasil, onde Rosa Mota detém recorde de vitórias
A antiga campeã olímpica e mundial da maratona, Rosa Mota, detém o recorde de seis vitórias consecutivas na São Silvestre de São Paulo, Brasil, local de nascimento de uma das mais famosas corridas de estrada do mundo.
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A São Silvestre nasceu em São Paulo, há 90 anos (1925), por iniciativa de Cásper Líbero, um conhecido jornalista da primeira metade do século passado, que se inspirou numa corrida noturna francesa, em que os competidores carregavam tochas durante todo o percurso.
Se a primeira edição contou com 60 inscritos, 48 à partida e apenas 37 à chegada, numa prova de oito quilómetros, disputada à noite no último dia do ano, nos dias de hoje - com a 91ª edição à porta - cerca de 15 mil participantes cumprem um percurso de 15 quilómetros, desenhado maioritariamente na baixa da cidade de São Paulo, completamente cheia e em ritmo de festa.
No palmarés da prova está inscrito o nome de quatro atletas portugueses. Manuel Faria foi o primeiro vencedor português, em 1956 e 1957, duas vitórias cujo entusiasmo está diretamente relacionado com o surgimento das São Silvestre em Portugal, em finais de década de 1950, inícios da década de 1960.
Destaque ainda para as vitórias de Carlos Lopes, em 1982 e 1984 e, no setor feminino, que passou a ter uma classificação autónoma em 1975, no ano em que a São Silvestre da avenida paulista comemorou meio século de existência, Rosa Mota dominou a prova entre 1981 e 1986, havendo ainda a registar a vitória de Aurora Cunha em 1988.
O último dos dias do ano, 31 de dezembro, consagra São Silvestre, o 33.º papa de Roma, que dirigiu a Igreja Católica de 314 a 315 d.C. e foi contemporâneo de Constantino Magno, o imperador que adotou o cristianismo como religião oficial.
A popularidade das noites de São Silvestre e das corridas de estrada que lhe estão associadas faz dele uma das figuras mais conhecidas do catolicismo, quase remetendo para segundo plano que foi durante o seu pontificado que o cristianismo passou a ser a religião oficial do Império Romano, decisão que permitiu aos cristãos professarem abertamente a sua crença, e se construíram templos como a igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, ou a basílica de São Pedro, em Roma.