Cristiano Ronaldo concedeu uma entrevista a Piers Morgan, onde fala do Manchester United e de toda a polémica a envolver a atual época. O avançado criticou algumas escolhas do clube e revelou que esteve perto de assinar pelo Manchester City.
Corpo do artigo
"Estava perto... o Guardiola [treinador] disse que tentaram muito para me ter, mas como se sabe a minha história no Manchester United é o que é. O que fiz no passado fez diferença e claro Alex Ferguson. Fiquei surpreendido mas foi uma decisão consciente porque o coração falou mais alto nesse momento. Alex Ferguson foi a chave. Não me arrependo da decisão. Eu falei com Alex Ferguson e ele disse-me que é impossível para mim ir para o City e eu disse 'ok, chefe'", começou por dizer Cristiano Ronaldo, em entrevista, admitindo que esteve perto de se juntar ao Manchester City em 2021.
"Quando assinei pelo United disseram-me que tudo tinha mudado porque passaram 12 anos, pensei que tudo estaria diferente, mas fiquei surpreendido porque vi que tudo estava igual... nesse momento quando Ole Solskjaer foi despedido, foi tudo rápido (...) quando assinei pensava que as coisas fossem na direção que o United tinha de ir", acrescentou.
"O Alex Ferguson deixou um grande buraco no clube, a estrutura à volta dele era muito importante, desde que ele saiu o progresso foi zero. Eu sabia o estado do clube e sabia que não era o mesmo, mas não pensava que fosse estar neste estado. Nada mudou: piscina, jacuzzi, o ginásio, até algumas coisas tecnologias. Os cozinheiros... pararam no tempo. Pensava que ia ver coisas diferentes, mas vi muitas coisas que vi quando tinha 20/21 anos. No Manchester United o progresso foi zero, comparando com Real Madrid e Juventus. Eles seguiram o Mundo, sobretudo na tecnologia em treino, nutrição, recuperação... O Manchester está atrás desses clubes, surpreendeu-me porque um clube desta dimensão deve estar no topo".
Sobre a contratação de Ral Rangnick, Cristiano Ronaldo mostrou-se surpreendido. "Depois do Solskjaer ser despedido o United contratou Rangnick e ele nem é um treinador. Surpreendeu-me a mim e foi uma decisão ridícula. Se não és treinador como vais treinar o United? Nunca ninguém tinha ouvido falar dele... no final, nunca o vi como um "chefe" porque vi muitos pontos que não concordava até porque parou no tempo. Quando vês treinadores que querem revolucionar o futebol eu não concordo. Quero ajudar mas há treinadores que não aceitam. Rangnick não sabia o que estava a fazer, não sabia a dimensão do clube por dentro o que me surpreende ainda mais. Devia-se ter trazido um treinador de topo não um diretor desportivo", disse.
O avançado falou ainda dos jogadores jovens "não quererem saber". "Os jogadores jovens vivem numa era diferente... a mentalidade é diferente. Não têm a mesma ambição, têm tudo mais fácil, não sofrem. Não querem saber... em todas as ligas os jovens não são os mesmos da minha geração. Faz parte da vida, não têm culpa. Eles ouvem mas entra por um lado e sai pelo outro. Se têm os melhores exemplos à frente deles e não copiam nada de mim e isso para mim é surpreendente. Eu aprendi com os mais velhos, cuidei da minha mente e corpo e por isso tive o sucesso que tive. Eu quero ser um exemplo, estou lá todas as manhãs. Sou o primeiro a chegar e último a sair. Gosto de liderar por exemplo, há uns que me seguem, não muitos. A maior parte dos jovens não querem saber mas não vão ter a longevidade de carreira que tive. Esta geração vais contar pelos dedos da mão quantos vão ter sucesso", acrescentou.
CR7 falou de Diogo Dalot e considerou-o uma exceção. "É muito profissional e dedicado, não tenho dúvidas de que terá uma longa carreira pela frente".