Um investimento de 400 milhões de euros no próximo quadriénio foi esta terça-feira prometido por Cristóvão Carvalho, candidato à presidência do Benfica nas eleições de 25 de outubro, visando a estabilização financeira dos vice-campeões nacionais de futebol.
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"O candidato assegura um investimento de 400 milhões de euros nos primeiros quatro anos de mandato (100 milhões por ano), com o intuito de reforçar o plantel de futebol profissional e, se necessário, acautelar a segurança financeira, que equilibre as finanças do clube e catapulte a equipa rumo à hegemonia desportiva. Este é um financiamento com uma taxa de juro de cerca de 50% abaixo face à atual", informou a lista encabeçada pelo advogado, em comunicado.
Falando de uma "premissa essencial para sustentar os objetivos desportivos" do Benfica, Cristóvão Carvalho indicou três frentes de atuação a nível financeiro, que passarão pelo aumento e diversificação de receitas, o controlo e eficiência de custos e a reestruturação.
"No futebol moderno, a grandeza desportiva depende de robustez financeira. O Benfica tem de deixar de vender os seus melhores jogadores para equilibrar contas. Queremos um modelo sustentável, capaz de reter talentos e investir em equipas que ganhem em Portugal e na Europa", ambicionou.
Cristóvão Carvalho deseja, entre outras medidas, expandir o merchandising através de uma nova empresa dedicada, internacionalizar a marca Benfica, constituir uma holding 100% controlada pelo clube, que realize investimentos e parcerias estratégicas em setores económicos, e ter patrocinadores principais distintos para as várias equipas, com acordos mais direcionados e vantajosos.
Já a melhoria da experiência para adeptos e reforço das áreas "corporate" no Estádio da Luz, em Lisboa, prevê o acréscimo de 15.000 lugares à atual capacidade de 68.000, estando ainda previstas negociações alinhadas com a marca Benfica pelos direitos de designação daquele recinto e do novo complexo desportivo do clube.
Cristóvão Carvalho pretende ainda reduzir 30 milhões de euros de custos anuais até à época 2027/28, bem como baixar a dívida, ao diminuir "encargos anuais com juros que ultrapassam os 16 milhões de euros", e refinanciá-la em condições mais vantajosas, "recorrendo a crédito apenas para investimentos geradores de retorno".
"O clube será dotado de uma base financeira sólida, com mais receitas, custos controlados e dívida saneada. Dessa forma, o Benfica terá os meios para atingir os objetivos desportivos traçados e tornar-se uma referência de sustentabilidade no panorama desportivo europeu", traçou.
Com essas medidas, o advogado espera fazer crescer as receitas correntes do Benfica em 40 milhões de euros anuais até 2027, subir o número de associados no próximo quadriénio, atingir 450 milhões de e 700 milhões de euros de receitas anuais - excluindo verbas com transação de passes de atletas - em quatro e oito anos, respetivamente, e colocar as "águias" no top 10 europeu.
Cristóvão Carvalho é um dos seis candidatos assumidos às eleições dos órgãos sociais do Benfica para o quadriénio 2025-2029, agendadas para 25 de outubro, na companhia de Rui Costa, atual presidente encarnado, do empresário Luís Filipe Vieira, que liderou o clube entre 2003 e 2021, do gestor João Noronha Lopes, do advogado João Diogo Manteigas e do industrial Martim Mayer.