Xabi Alonso transformou os “farmacêuticos” na principal ameaça ao Bayern e vai dando razão aos grandes mentores.
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Em março de 2017, horas depois de Xabi Alonso ter anunciado o final do enorme futebolista, Pep Guardiola adivinhou-lhe outro futuro grandioso que nem o próprio tinha a certeza de perseguir: “Aposto que será treinador, e será dos bons”, atravessou-se o catalão. Dois anos depois, ficou a saber-se que tinha razão, naquela altura pelo menos em relação à primeira parte do vaticínio. Em 2020, já o ex-médio espanhol estava embrenhado na nova carreira, à frente da equipa B da Real Sociedad, foi José Mourinho a quase meter as mãos no fogo pelo ex-pupilo. “Jogou em Espanha, Inglaterra e Alemanha. Foi treinado por mim, pelo Guardiola, pelo Ancelotti e pelo (Rafa) Benítez. Tem tudo para ser um grande treinador”, justificou o português. Como quase sempre, o tempo deu razão a Pep e “Mou”: hoje, Xabi Alonso é o treinador da moda, orienta o co-líder da Bundesliga e há quem diga que só muito dificilmente é que não sucederá a Carlo Ancelotti no Real Madrid.
Se para a Real Sociedad era fácil dar-lhe uma oportunidade - um “canterano” do clube, que passou parte da vida nas imediações do estádio e que, após pendurar as chuteiras, voltou a viver em San Sebastian -, para o Bayer Leverkusen a decisão tomada em outubro do ano passado foi bem mais arriscada. Com a equipa no penúltimo lugar da liga alemã, os “farmacêuticos” entregaram o futuro nas mãos de alguém ainda sem grandes provas dadas como treinador, apesar do currículo impressionante como jogador. Para além dos já mencionados, Xabi Alonso, 41 anos, também pôde aprender com Manuel Pellegrini, Luis Aragonés, Vicente Del Bosque, John Toshack. Foi campeão europeu e do Mundo de seleções, venceu Ligas dos Campeões, jogou e defrontou os melhores. Isto, o trabalho com jovens na equipa B da Real Sociedad - o Leverkusen tem o segundo plantel mais jovem da Bundesliga - e mais umas quantas reuniões convenceram os dirigentes do clube germânico.