O internacional brasileiro Dani Alves, detido desde janeiro por uma alegada agressão sexual ocorrida em dezembro, apresentou mais uma versão para provar a inocência. Mas teoria volta a ser posta em causa por especialistas.
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Dani Alves continua detido e apresentou mais uma versão - já é a quarta - à justiça espanhola para tentar provar que não cometeu qualquer crime. O advogado do jogador, Cristóbal Martell, usou como argumento um relatório médico do Hospital Clínic, onde a vítima foi atendida logo após a alegada agressão sexual, para afirmar que não houve qualquer violação uma vez que a jovem de 23 anos estaria lubrificada quando a alegada agressão aconteceu. No documento apresentado, os médicos apontam que não foram identificadas lesões vaginais típicas de relações sexuais secas ou lesões compatíveis com sexo forçado.
Mas, à semelhança do que aconteceu com as versões já apresentadas, especialistas voltaram a por em causa a tese do futebolista. Segundo uma reportagem do jornal "O Globo", os mesmos dados apresentados pelo advogado do internacional brasileiro não significam que não tenha havido uma violação.
"A presença de muco lubrificante na vagina não quer dizer que a vítima estivesse excitada na hora da relação sexual. O ponto forte é na excitação, mas durante o ciclo menstrual há momentos em que a lubrificação está maior ou menor. Em paralelo, existem situações que geram uma lubrificação não fisiológica, que é causada por um corrimento vaginal, por exemplo", disse o ginecologista Maurício Abrão à publicação.
Várias versões do jogador brasileiro desmentidas
Dani Alves foi detido no dia 20 de janeiro devido à acusação de uma alegada agressão sexual ocorrida em dezembro, de dia 30 para 31. Desde a detenção, o jogador brasileiro apresentou várias versões do caso, todas elas desmentidas.
Primeiro, garantiu que não conhecia a alegada vítima nem tinha mantido qualquer contacto. Depois, admitiu que mentiu na primeira versão para esconder o caso de infidelidade da mulher e confirmou que conhecia a mulher de 23 anos e que tinha havido intimidade consentida mas sem penetração - versão desmentida pela análise às amostras de ADN recolhidas da vítima.
O Instituto Nacional de Toxicologia e Ciências Forenses encontrou amostras de sémen do jogador na cavidade vaginal da vítima, adiantou o "El Periódico" e confirmou também o "El País". A Polícia catalã também recolheu amostras de sémen noutros três locais (chão da casa de banho da discoteca, roupa interior e vestido da jovem), todas coincidentes com o ADN de Dani Alves.
Já a 21 de fevereiro, o atleta vincou que foi ele que foi sexualmente agredido pela mulher. "Foi direta a mim. Não toquei nela", insistiu Dani Alves, contando que a jovem terá entrado na casa de banho quando ele estava sentado na sanita e terá praticado sexo oral ao jogador sem consentimento. Quanto a mais uma alegada mentira, o futebolista disse que só o fez para "proteger" a jovem.
Alegada vítima manteve sempre a mesma versão
A mulher, que renunciou à possibilidade de receber uma indemnização pelo caso, manteve sempre a mesma versão: Dani Alves insistiu que ela o acompanhasse até uma porta e ela concordou sem saber que era uma casa de banho. Quando percebeu, tentou sair, mas o jogador impediu-a e forçou-a a sentar-se em cima dele.
A jovem garantiu ainda que pediu ao brasileiro para parar enquanto era agredida e obrigada a praticar sexo oral. Ainda segundo a alegada vítima, o jogador acabou por prendê-la contra a sanita, violando-a. "Eu não sabia o que estava atrás daquela porta, pensava que seria outra área VIP. Resisti, mas ele era muito mais forte do que eu", terá afirmado a mulher segundo o jornal espanhol "La Vanguardia".