Jovem central do Braga abriu o baú das recordações no programa "Perfil Gverreiro" e relata os dias e as noites mais duras que se seguiram à lesão que o afasta dos relvados desde fevereiro.
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Podia ter sido o basquetebol, mas foi o futebol a levar a melhor e a arrebatar-lhe o coração. Esta foi uma das confidências de David Carmo ao programa "Perfil Gverreiro", que também serviu para o central ter saudades do passado e recordar as escolhas e as decisões que o levariam ao impensável.
"Nunca pensei chegar onde estou hoje", disse o jogador, de 22 anos, acrescentando que foi o Europeu de sub-19, conquistado por Portugal em 2018, que lhe trouxe mais otimismo às modestas expectativas.
Desde aí, David Carmo chegou à equipa principal do Braga, ganhou espaço e a titularidade, e começou a despertar a curiosidade de grandes clubes europeus. Até que chegou o fatídico dia de fevereiro de 2021, que ainda agora o põe à prova diariamente. A fratura no tornozelo, contraída frente o F. C. Porto num lance com Luis Díaz ("tenho a certeza que ele não fez de propósito"), continua por sarar completamente, mas o pior já passou.
"Demorei muito a assimilar, ao ponto de ter preguiça de me levantar para ir à casa de banho ou para ir à cozinha buscar qualquer coisa para comer. Na primeira noite não dormi e durante meses tive de dormir sempre de barriga para cima. Foi horrível!", partilhou, recordando que abdicou das férias para não comprometer o processo de recuperação: "Nem pensei duas vezes".
Ainda sem data prevista de regresso, David Carmo emocionou-se com as várias mensagens que recebeu, da mãe, do pai e de amigos, entre eles Francisco Trincão, cuja amizade se fortaleceu durante a quarentena. "É um exemplo para mim", referiu o defesa braguista.
E foi de lágrimas nos olhos que o central prometeu continuar a ser positivo, a lutar contra as adversidades e a não deixar nada por fazer. "Não quero ser mais um exemplo de que podia ser muito mais do que fui". Palavra de gverreiro.