Em entrevista ao jornal do clube, Eduardo Quaresma vê o jogo com o F. C. Porto, em dezembro do ano passado, como "um ponto de viragem", tanto para si como para a própria equipa, após o convincente triunfo por 2-0, para a Liga.
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"Lembro-me que estávamos em estágio, na Academia, e o Paulinho meteu-se comigo a dizer que eu ia jogar. Claro que só soube antes do jogo, porque o míster quis falar comigo e aí percebi logo", contou o defesa central, que sente ter "agarrado bem a oportunidade" concedida por Ruben Amorim.
Desafiado a explicar o que mudou em concreto desde então, Quaresma diz ser "o mesmo a jogar, com as mesmas qualidades e caraterísticas", mas com "outra mentalidade e isso faz toda a diferença".
"Vou continuar a dar o meu máximo, sendo ou não convocado, jogando ou não. Por isso é que quando fui chamado para o jogo com o F. C. Porto correspondi. Sei que tenho de estar sempre no limite porque, no futebol, num momento podemos estar lá em cima e noutro já estar lá em baixo. Sinto que estou a atravessar um bom momento e tenho de continuar a trabalhar como tenho feito para continuar a estar bem", completou.
Vendo o capitão Coates quase como "um pai", Eduardo Quaresma garante que nunca esquecerá a temporada 2020/2021, em que foi campeão nacional pelo Sporting. "Ainda hoje me recordo de várias coisas dessa temporada e falo muito com jogadores que já não estão cá, sobretudo com o Nuno Mendes ou com o Tiago Tomás, porque crescemos juntos. Tínhamos um grupo muito bom e isso fez também a diferença", explicou.
Sobre as experiências em Tondela e na Alemanha, ao serviço do Hoffenheim, nas épocas que se seguiram ao ano do título, Quaresma confessa que regressou a Alvalade "um jogador diferente", depois de "crescer e viver outras experiências para perceber melhor as coisas".
"Aprendi muito no Hoffenheim, não só em termos futebolísticos, mas também a nível pessoal, num país diferente em que tive de aprender a fazer muitas coisas sozinho. Mesmo em termos futebolísticos, foi uma boa experiência, num futebol diferente, mais físico. Há maior pressão homem a homem, é mais rápido também e isso obriga os jogadores a pensarem e a decidirem mais rápido", explicou.
Quaresma fez, ainda, uma análise pessoal sobre o que não correu tão bem, a nível pessoal, nos anos que passou longe de Alvalade. "Achava que por chegar do Sporting ia ser tudo mais fácil, mas agora sei que o estatuto com que se chega a uma equipa não faz diferença nenhuma. É preciso trabalhar todos os dias, tal como os outros, para jogarmos e temos de dar sempre o máximo quer estejamos no Sporting, no Tondela ou noutra equipa qualquer", confessou o internacional sub-21 português.