Secção de patinagem do núcleo valonguense anda com a casa às costas e conta com 60 atletas na formação
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Patinagem artística é sinónimo de beleza, delicadeza e perfeição. Nesta modalidade - que alia equilíbrio e estética numa perfeita sintonia com a música - a competição pode ser feita individualmente ou em pares. E em Valongo há muito tempo que já se patina. Fundada em 1982, a secção de patinagem artística do Núcleo Cultural e Recreativo de Valongo (NCRV) começou com seis atletas, mas, atualmente, já são 60. "Numa primeira fase, existíamos só a nível recreativo e as pessoas vinham até cá para patinar por brincadeira. A secção foi evoluindo até chegar ao que somos hoje. Nunca tivemos tantos jovens", começou por dizer Raul Gonçalves, vice-presidente da secção de patinagem do NCRV.
Às segundas-feiras, o treino é no Pavilhão Municipal de Valongo. Ali, os loops, lutz e piões misturam-se com as quedas normais do processo de aprendizagem. Mas essa comodidade de treinar "pertinho de casa", nem sempre é uma realidade. Num concelho onde o desporto juvenil é rei, os problemas da "falta de espaço" são uma pedra no sapato que dificulta a caminhada a alguns clubes. "Valongo tem cerca de 7000 jovens a praticar desporto e talvez as infraestruturas sejam escassas. Treinamos em quatro pavilhões distintos para darmos alguma regularidade aos nossos atletas. Um dos pavilhões é fora do concelho, em Gandra, Paredes", afirmou Artur Furtado, coordenador da secção de patinagem do NCRV. Uma opinião corroborada por Amândio Cunha, presidente do NCRV. "Em termos de contributo da Câmara a patinagem é estipulada como um desporto individual, então o rácio de apoio é menor. Não existe só falta de infraestruturas, mas também falta de apoios para arranjar outras alternativas", disse.
O que o "apreciador comum" pode não saber é que a grande maioria das acrobacias que fazem a multidão dizer "Uau!" envolvem esforço físico, dedicação e muitas horas de treino. Rodopiar várias vezes seguidas, levantar parceiros no ar e deslizar a velocidades estonteantes faz com que o corpo destes atletas seja levado ao extremo. "É um desporto difícil e não é qualquer um que consegue singrar. Existe uma perícia muito grande com quedas constantes. Na verdade, a parte psicológica é determinante. Muitas das vezes treinam imensas vezes e chegam ao dia da prova e não conseguem", explica Cláudia Martins, coordenadora da equipa técnica da secção de patinagem do NCRV.
Para o futuro, o objetivo é continuar a marcar presença em provas nacionais e internacionais. Apesar das dificuldades logísticas, em Valongo, os sonhos têm rodas para patinar.
Núcleo Cultural e Recreativo de Valongo
Fundação: 1981
Sócios: 1700
Atletas na patinagem artística: 60
Palmarés: Presença no Campeonato da Europa; Pódios nacionais (benjamins e juvenis) e pódios distritais
Treinos: De segunda-feira a sábado
Horários: das 18:30h às 21h
Mensalidade: 30 euros