Jim Ratcliffe é mundialmente conhecido pelo vasto império e pela ligação ao Manchester United, mas não está livre de controvérsias. Na última década, tem sido acusado de “sportwashing”, ou seja, de comprar clubes e equipas no desporto para branquear a imagem de poluidor do planeta.
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A sua empresa, a INEOS, solta elevadas quantidades de combustíveis fósseis para produção de matéria prima, que contribuem decisavamente para o aquecimento global do planeta. De acordo com a ONG “Client Earth”, a maior fábrica, localizada na Escócia, terá emitido 3,2 milhões de toneladas de gás carbónico, em 2019, sendo também responsável por um terço da produção de plástico, no Reino Unido, além de estar ligado a um episódio de derrame de petróleo na Noruega e de químicos em França. Já neste ano, o governo britânico esteve no olho do furacão depois do anúncio de que vai disponibilizar 700 milhões de euros às empresas de Ratcliffe para construir a maior empresa petroquímica da Europa, em Antuérpia, a qual produzirá, segundo o jornal inglês “The Guardian”, uma quantidade nunca vista de plástico por dia.
Organizações dedicadas ao meio ambiente têm colocado inúmeras ações contra Ratcliffe mas queixam-se de que o magnata tem os “políticos na mão”. Por seu lado, a INEOS assegura que, de forma progressiva até 2050, vai fazer desaparecer todas as emissões de gases de estufa, mas as organizações não governamentais alegam que se trata de publicidade enganosa, por ser um objetivo impossível de cumprir.
Ratcliffe investe, periodicamente, no ciclismo, na vela, futebol, atletismo e até no râguebi, mas Areeba Hamid, diretora da Greenpeace no Reino Unido, não perdoa: “É, sem dúvida, o campeão mundial de sportwashing”.