Entre empréstimos a entidades bancárias, de crédito e obrigacionistas, e com base nos resultados financeiros do primeiro semestre de 2021/22, os três grandes apresentavam 634,7 milhões de euros em dívida, um valor próximo aos 685,8 milhões registados no período homólogo de 2020/21. O F. C. Porto é o que mais contribui para este valor, com 265,8 milhões de euros, seguido pelo Benfica (234,4 milhões) e pelo Sporting (134,5 milhões).
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No entanto, há a registar decréscimos nas águias (26,7M€) enquanto o Sporting, como consequência de um novo empréstimo obrigacionista, viu o valor total subir em 11,7 milhões de euros, apesar de ter reduzido a dívida a bancos e entidades de créditos. Os dragões tiveram um decréscimo de 32,6 milhões de euros em relação ao período homólogo.
Há, de resto, algumas disparidades na forma como os clubes contraem dívida: enquanto o Sporting e o F. C. Porto apresentam a maior fatia em empréstimos a entidades bancárias e de créditos, os empréstimos obrigacionistas lideram a tabela do Benfica. Nas formas de financiamento há ainda destaque para os Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC), com os quais o Sporting se financiou em 2011 e 2014, mas que não são contabilizados nos relatórios e contas como empréstimos, mas sim como capital próprio e das quais já recomprou a parte pertencente ao BCP, mantendo-se ainda fora da SAD os títulos na posse do Novo Banco.
A totalidade dos empréstimos correntes, que devem ser pagos no prazo de 12 meses desde o dia 31 de dezembro de 2021, sejam eles bancários, obrigacionistas ou de créditos, é muito semelhante para Benfica (83,1 milhões de euros) e F. C. Porto (82,5 milhões), enquanto o Sporting é inferior (68 milhões).
A tendência de 2020 para 2021 revela que os clubes estão cada vez mais afastados da banca e mais interessados em outras formas de financiamento, como os empréstimos obrigacionistas. O Benfica tem três em curso num total de quase 125 milhões de euros, enquanto o F. C. Porto amealhou 65 milhões de euros com oferta similar. O Sporting emitiu em dezembro de 2021 um empréstimo obrigacionista de 40 milhões de euros.
As contas de Benfica e F. C. Porto ficaram no vermelho no primeiro semestre de 2021/22, de 31,7 e 10,3 milhões de euros, respetivamente. O Sporting lucrou 9,5 milhões de euros.
Novo Banco é única entidade nos três grandes
Na lista de empréstimos bancários dos três grandes, há uma entidade que surge nas contas de Benfica, Sporting e F. C. Porto - o Novo Banco.
Nas entidades nacionais há ainda registo para o Montepio no Benfica, o BCP no Sporting e o Santander Totta no F. C. Porto. Os dragões recorrem ainda ao banco alemão Internationales Bankenhaus Bodensee.
Nos créditos, a principal entidade recorrente dos dragões é a Sagasta (e também dos leões), surgindo também empresas como a Glas Trust ou a Score Capital. O Benfica não nomeia empresas nesta componente.