A 13.ª edição do Europeu feminino vai bater recordes a todos os níveis. Os Países Baixos, adversário de Portugal, defendem o título.
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Dezassete anos depois, o Europeu feminino está de volta a Inglaterra e o intervalo temporal é um bom ponto de partida para mostrar como tanta coisa mudou no futebol que as mulheres fizeram crescer, quase contra tudo e todos.
A 13.ª edição da competição será, de acordo com a UEFA, a "maior de sempre", com as provas dessa projeção a estarem por toda a parte, desde os bilhetes vendidos, à audiência televisiva esperada, ao impacto económico nas cidades que vão acolher os jogos ou nos prémios distribuídos pelas seleções. Portugal vai contribuir para tudo isso, graças à segunda presença consecutiva num Europeu.
Mas ainda há pedras no caminho e estigmas que resistem. Sim, o Euro 2022 passará por estádios como Old Trafford e Wembley, mas terá mais jogos, por exemplo, num estádio da academia do Manchester City do que nesses palcos míticos, que recebem o jogo de abertura e a final.
Essa decisão foi vista como mais uma desconsideração pelo futebol feminino, com várias jogadoras a usarem as palavras "vergonha" e "desrespeito", salientando que esse estádio tem capacidade para apenas 4700 espectadores. O facto de já terem sido vendidos mais de 500 mil bilhetes para a competição - um recorde e o dobro em relação à última edição, em 2017 - sustenta as queixas.
A UEFA acredita que cerca de 100 mil adeptos estrangeiros, "de 95 territórios" andarão pelas cidades (Manchester, Brighton, Southampton, Milton Keynes, Londres, Leigh, Sheffield e Rotherham) que vão acolher o evento, sendo esperado um impacto económico a rondar os 50 milhões de euros. O crescimento e a valorização do futebol feminino também se reflete ao nível dos prémios monetários que serão distribuídos (16 milhões), com a UEFA a duplicar o valor que reservou para o Europeu de 2017. As estimativas apontam ainda para audiências de 250 milhões de telespectadores ao longo do torneio.
Países Baixos no torneio
A jogar em casa, a Inglaterra acredita ter o fator decisivo para conquistar o primeiro título em futebol feminino, algo que implicaria desalojar os Países Baixos, um dos adversários de Portugal no Grupo C, do trono que conquistaram em 2017, também em casa. Em 12 edições, apenas Alemanha (8), Noruega (2) e Suécia (1) também foram campeãs da Europa. Na luta pelo título, Dinamarca, França e Espanha prometem ter uma palavra a dizer, enquanto a Irlanda do Norte é a única estreante.