O magnata da Fórmula 1 (F1) Bernie Ecclestone, de 92 anos, declarou-se culpado, esta quinta-feira, num tribunal de Londres, de fraude fiscal no valor de 400 milhões de libras, mais de 463 milhões de euros.
Corpo do artigo
Com uma fortuna estimada em 3 mil milhões de euros, Bernie Ecclestone foi condenado a 17 meses de prisão com pena suspensa e aceitou pagar uma multa de mais de 756 milhões de euros.
Patrão da F1 até 2017, Bernie Ecclestone começou a ser investigado em junho de 2015. Acusado de evasão fiscal entre 2013 e 2016, por não declarar cerca de 400 mil libras num fundo em Singapura, em agosto do ano passado, o magnata reclamou inocência, mas agora declarou-se culpado perante o juiz no tribunal de Southwark Crown. Esta quinta-feira foi condenado a uma pena de prisão suspensa (se não reincidir nos próximos dois anos) de 17 meses e acertou o pagamento de uma multa de mais de 756 milhões de euros, para evitar o julgamento, que começaria a 16 de novembro. Os advogados do milionário britânico, de 92 anos, argumentaram que devido à sua idade avançada, problemas médicos e um risco muito baixo para a sociedade, não seria adequado cumprir a sentença na prisão. Ecclestone terá ocultado a existência do fundo e, há oito anos, quando questionado acerca do mesmo, mentiu. Mais tarde, garantiu que a referida conta tinha sido criada para as suas três filhas, Deborah, Tamara e Petra. Para o tribunal, as respostas dadas por Ecclestone há sete anos foram “erróneas” e poderiam “induzir em erro”, e o acusado não era consciente da sua posição e não podia dar uma resposta clara. “O senhor Ecclestone não sabia com exatidão como a propriedade dessas contas estava estruturada. Por isso, não sabia se tinha de pagar impostos ou multas relativas às transferências entre contas. O senhor Ecclestone reconheceu que foi um erro responder às questões, porque podia fazer com que o fisco britânico deixasse de investigar os seus assuntos. Agora, aceita que teria de pagar impostos por isso”, explicou o procurador Richard Wright KC. Bernie Ecclestone liderou a F1 durante quatro décadas, entre 1970 e 2017, altura em que a Liberty Media assumiu os comandos da competição. Começou como piloto, foi dono de equipa (Brabham), e responsável pela criação da FOCA (Formula One Constructors Association). Em 2022, a revista Forbes posicionou-o como o 12.º homem mais rico do Reino Unido.