Onze anos depois, a história pode repetir-se. Os dragões precisam de apenas um ponto para garantir o título e podem consegui-lo, já este sábado, no terreno do Benfica. O guarda-redes Beto, atualmente no futebol finlandês, recua até essa noite de 3 de abril de 2011 para recordar a "caricata" festa azul e branca, que foi feita às escuras e debaixo do sistema de rega do Estádio da Luz.
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Ponto prévio na conversa que o internacional português tem com o JN. "O mais importante é o título e não por ser conquistado em casa do rival", diz o atual jogador do Helsingfors IFK. Feito o esclarecimento, não é difícil assumir o "cariz especial" que um clássico tem, neste caso com o "extra" de poder valer o campeonato. Beto viveu exatamente essa experiência ao serviço da equipa que, treinada por André Villas-Boas, conquistou Supertaça, Taça de Portugal, Liga Europa e o tal campeonato, confirmado, a cinco jornadas do fim, com golos de Fredy Guarín e Hulk no recinto das águias.
"Claro que sim, claro que foi uma noite incrível, com a falta de luz e de água... falta de água, não [risos]. Foi água com fartura em noite memorável. Não deixou de ser um momento caricato e nós aproveitámos o facto de desligarem a luz e aumentarem a rega para desfrutarmos ainda mais", recorda, sem esconder que as horas que antecedem um jogo grande são diferentes.
"Temos de ser sinceros: são jogos que podem marcar a época, a carreira de um jogador e é preciso controlar o fator emocional. A equipa técnica do F. C. Porto vai saber gerir essa carga", garante Beto, que reconhece que o Benfica joga pela honra: "Já não tem objetivos, mas há algo muito importante que é a questão do orgulho. O F. C. Porto tem de se preparar, porque ninguém oferece nada a ninguém".
Diogo Costa, titular nos dragões aos 22 anos, "já é uma certeza e com enorme margem de progressão". "O Diogo tem de aproveitar a oportunidade e espero que se mantenha no futebol português", diz Beto, satisfeito por viver "uma aventura diferente na Finlândia". "Gosto da cidade e da cultura", diz, não pensando no regresso. "O campeonato português não tem espaço para mim", lamenta.