Portistas não sofriam duas derrotas a abrir a fase de grupos da Champions desde 2005. Já voaram 5,4 milhões de euros e os 9,5 milhões do apuramento estão a perigar.
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A campanha europeia dos dragões está a ser muito negativa e a desastrosa derrota de terça-feira com o Brugge (0-4) criou um quadro que só tinha acontecido duas vezes nas 25 participações anteriores na Liga dos Campeões e que não se verificava desde 2005/06. Há 17 anos, a equipa portista também perdeu os dois primeiros jogos do grupo, a exemplo do que acontecera em 1997/98. Em ambos os casos, o F. C. Porto viria a falhar o apuramento para a fase seguinte, num cenário que agora ameaça repetir-se.
A crise azul e branca nas competições da UEFA já vem da temporada passada, durante a qual a equipa de Sérgio Conceição só conseguiu ganhar dois jogos em 10, quatro dos quais na Liga Europa.
A nível financeiro, o quadro também é negro para o clube da Invicta, que já viu fugir 5,4 milhões de euros devido aos desaires com Atlético de Madrid e Brugge (cada vitória na fase de grupos da Champions vale 2,7 milhões) e tem em sério perigo os 9,5 milhões que são garantidos em caso de passagem aos oitavos de final. Sem pontos em duas jornadas, essa qualificação ainda é possível, mas não está mesmo nada fácil, com dois duelos diante do Bayer Leverkusen marcados para o início do mês de outubro.
Mercado de janeiro volta a ameaçar
Se a eliminação for consumada no início de novembro, fica aberta a porta para uma eventual saída de um jogador importante do plantel portista em janeiro. Na época passada, sem apuramento para os oitavos da Champions, a SAD azul e branca teve de vender Luis Díaz ao Liverpool no mercado de inverno, por 45 milhões de euros (a transferência pode chegar a 60 milhões, por objetivos), para fazer face a compromissos inadiáveis de tesouraria.
Com novo adeus à liga milionária, a ameaça pode repetir-se e jogadores como Diogo Costa e Pepê são os principais candidatos a uma transferência capaz de deixar mais desanuviados os cofres portistas.
No final da partida com o Brugge, Conceição não poupou os jogadores a críticas e voltou a bater na tecla da falta de intensidade e de agressividade em campo, tal como tinha feito após a derrota para o campeonato com o Rio Ave. O técnico portista sublinhou o facto de os dragões só terem feito oito faltas em mais de 90 minutos, contra 16 dos belgas: nos 16 jogos da 2.ª jornada da Champions, das equipas que ganharam só o PSG fez menos faltas (seis), diante do Maccabi Haifa.
Curiosamente, no desaire de há quase três semanas em Vila do Conde, o F. C. Porto também fez oito faltas nos cerca de 100 minutos de jogo, o que levou, no final, Sérgio Conceição a questionar a atitude da equipa.