O F. C. Porto atropelou o Benfica à custa de uma goleada à moda antiga (5-0). Falcao e Hulk bisaram e souberam aproveitar os erros defensivos do adversário na asa esquerda. Os dragões deixam o rival a dez pontos de distância. Uma dupla humilhação.
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O clássico confirmou o que já se suspeitava: o F. C. Porto é a melhor equipa da Liga e o Benfica está a léguas do brilhantismo da época passada. Os papéis inverteram-se e os dragões humilharam o adversário (5-0), ao aproveitar uma defesa que se transformou numa manta de retalhos e que cometeu erros sucessivos. Os dragões foram mais inteligentes e eficazes, muito à custa do olho táctico de Villas-Boas, a saber explorar as fragilidades do opositor. Varela abriu o marcador, Falcao marcou dois e Hulk também bisou (um deles de penálti), aqui quando os encarnados estavam reduzidos a dez por expulsão de Luisão.
Há um denominador comum em quatro golos: foram construídos pela asa esquerda do Benfica, onde Jesus (o mestre da táctica?) procurou tapar todos os caminhos a Hulk, mas cometeu um erro capital em termos estratégios. O posicionamento de David Luiz no lado canhoto, um central de raiz e sem rotinas para jogar na faixa, custou caro. Sempre que o Incrível acelerava na direita, o compatriota ficava nas covas. Foi assim que os dragões abriram o placard e foi assim, também, que Falcao marcou o seu primeiro golo, um gesto soberbo de calcanhar. Pelo meio, há ainda um passe deslumbrante de Belluschi para o colombiano facturar. Com 3-0 ao intervalo, estava decidido.
No segundo tempo, Jesus emendou: tirou Sidnei e recuou Coentrão. Mas o vila-condense também vestiu o mesmo colete de forças e cometeria um penálti sobre o brasileiro. O F. C. Porto fez um jogo inteligente, à custa de um colectivo forte e bem assente em individualidades que também fazem a diferença. É que não foi só a noite mágica de Hulk e de Falcao, não foram só os dois a brilhar com golos, os portistas tiveram um meio-campo muito forte, bem conduzido por Belluschi, tapando os caminhos do Benfica, incapaz de construir jogo.
No primeiro terço da Liga, não há campeões antecipados nem faixas coladas nas camisolas, mas o F. C. Porto deixou o velho rival a dez pontos de distância. Com uma goleada à moda antiga cravada na garganta - o maior resultado de sempre, na Liga, entre os dois rivais. E isso pesa. Agora, os portistas têm a via bem aberta para o título, enquanto o adversário deixou esvaziar o balão da confiança. Desce à terra e fica no ar até que ponto um resultado tão volumoso terá consequências. Uma coisa é certa, Villas-Boas atirou Jesus ao tapete.
