Falta de condições trava implementação de lugares em pé nos estádio portugueses
Martha Gens, da Associação de Adeptos Portugueses, considera que as infraestruturas atuais não estão preparadas para o “Safe Standing”.
Corpo do artigo
Portugal foi incluído no projeto-piloto da UEFA, tendo em vista a implementação definitiva do regresso aos estádios dos espaços onde os adeptos podem assistir aos jogos em pé, mas é improvável que a iniciativa, para já experimental e apenas aplicável aos jogos nas competições europeias, se faça sentir no futebol português já na próxima época, como foi anunciado pela UEFA.
Ao JN, Martha Gens, da Associação de Adeptos Portugueses, aponta a impreparação das infraestruturas para o efeito.
“Apesar de a UEFA contemplar Portugal, os nossos estádios não têm condições para criar esses locais de ‘Safe Standing’. Embora sejam sítios sem assentos, requerem uma série de condições (de segurança) a que é preciso responder. Acho improvável que isto avance em 2024/25”, explica Martha Gens.
Mesmo assim, a dirigente vê com bons olhos o facto de a UEFA estar a analisar o tema e, assim, “mostrar que se preocupa com os adeptos”, esperando que a inclusão de Portugal pelo menos tenha o efeito de o assunto começar a ser levado a sério. “Ver futebol de pé faz parte do espetáculo e corresponde à cultura dos adeptos, que cada vez mais deve ser conservada neste futebol-indústria virado para negócio. Em Portugal, o ‘Safe Standing’ sempre foi uma não-preocupação e pode ser que isso agora mude”, refere Martha Gens.
“Colocar o movimento em marcha” é, deste modo, visto como um interessante ponto de partida que pode levar a mudanças importantes. “Nessas zonas, há espaço para ter mais adeptos e os bilhetes são mais baratos”, completa a dirigente.