Derrota com a Sérvia deixa marcas, mas o selecionador está seguro. Rescisão com o técnico implica pagar seis milhões.
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O golpe foi duro, inesperado, inacreditável, mas não o suficiente para motivar medidas imediatas e drásticas e abalar, decisiva e irremediavelmente, a relação que une Fernando Santos à seleção desde setembro de 2014. Na Federação Portuguesa de Futebol nem se coloca a questão de abdicar do selecionador nesta altura e, engolido o sapo de domingo, já se recuperou a convicção que Portugal escreverá direito por linhas tortas, concretizando o objetivo de estar no próximo Campeonato do Mundo. Ser por via play-off é visto como um mero pormenor.
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Depois das participações sofríveis e a saber a pouco, com eliminações nos oitavos de final, no Mundial de 2018 e no Europeu 2020 disputado este ano, Portugal volta a deixar a desejar, agora para colocar em risco a presença no Catar. A equipa das quinas partiu para os últimos dois jogos em condições muito favoráveis, mas um empate na Irlanda (0-0) e a derrota no jogo decisivo com a Sérvia (1-2) mancharam uma fase de apuramento que, em termos de resultados, estava a ser irrepreensível.
Apesar de haver uma Liga das Nações, em 2019, pelo meio, a verdade é que desde o título europeu conquistado em França, em 2016, Portugal não tem confirmado as boas expectativas que lhe são imputadas e o último domingo é mais um prego nesse caixão.
Ao contrário das outras derrotas marcantes (Uruguai em 2018, Alemanha e Bélgica este ano), esta, com a Sérvia, deixou marcas. A contestação dos adeptos no Estádio da Luz foi notória, tal como os gestos e as expressões de Cristiano Ronaldo e as palavras assertivas de Bernardo Silva após o jogo. Nada disso chega, para já, para beliscar Fernando Santos.
Ao que o JN apurou, o selecionador está seguro no cargo, continua a estar nas boas graças da Federação Portuguesa de Futebol e vai orientar Portugal no play-off, mantendo-se a confiança na presença no Mundial 2022.
Recorde-se que Fernando Santos, cuja reação o JN tentou obter, mas sem sucesso, teve o contrato renovado em junho de 2020 e o mesmo está em vigor até ao final do Campeonato da Europa de 2024. Prescindir do selecionador custaria cerca de seis milhões de euros à FPF, o que, nesta altura, não está em cima da mesa. Em março logo se vê.