Ronaldo anula vantagem húngara, mas Portugal sofre empate na compensação e falha qualificação imediata para o Mundial. Tendência para golos tardios trai, desta vez, lusitanos, mas não é caso para alarme.
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A festa estava anunciada, mas Portugal deixou escapar o triunfo e o apuramento antecipado para a fase final do Mundial 2026, ao sofrer o empate para lá do minuto 90, adiando uma qualificação direta que parecia certa, dado do que no outro jogo a Irlanda venceu a Arménia (1-0). Foi-se a sequência de vitórias e a chance de fechar as contas a duas jornadas do final, mas bastará somar mais um ponto, nos dois jogos que restam, para validar a nona presença em fases finais do torneio e sétima consecutiva.
Pode dizer-se que o feitiço virou-se contra o feiticeiro. Ao contrário do que sucedera em dois dos três jogos de qualificação que já tinha disputado e em que chegara à vitória perto do fim do jogo, desta vez Portugal sofreu o dissabor já na compensação, estragando mais uma noite de grande brilho do eterno Cristiano Ronaldo, que apontou dois golos na primeira parte, fazendo o que parecia ser o mais difícil, face à entrada em falso lusa.
Já sucedera na própria Hungria, com Cancelo a fazer o definitivo 3-2 a quatro minutos do fim, e até em Alvalade, há três dias, com Rúben Neves a assinar o tento solitário do êxito frente à República da Irlanda, no tempo extra. Agora, Szoboszlai respondeu bem a um cruzamento rasteiro, ao segundo poste, fugindo da marcação de Nélson Semedo, só tendo de encostar, para gelar Alvalade.
Com a equipa portuguesa a apresentar duas novidades no onze - Renato Veiga e Nélson Semedo - o resultado ao intervalo era bem mais interessante do que a exibição. O canto de Szoboszlai, que Szalai desviou para o 0-1, aproveitando uma saída em falso de Diogo Costa, confirmou que a noite seria de dificuldades para as quinas. Ronaldo ainda deu contributo notável para Portugal acalentar o triunfo, com dois golos, correspondendo a assistências de Nélson Semedo e Nuno Mendes, respetivamente.
A vencer, Portugal partiu para uma segunda parte de bom nível, a que uma melhor pontaria podia ter dado uma vantagem maior no marcador. Rúben Dias e Bruno Fernandes acertaram nos ferros, houve mais um par de oportunidades, mas, sem sentenciar o jogo, a equipa juntou a infelicidade, sofrendo o 2-2, ao cair do pano.
Apesar da desilusão, bastará um empate, na República da Irlanda, ou em casa com a Arménia, em novembro, para assegurar a qualificação.