Fracasso na Supertaça Espanhola: Real Madrid e Valência vendem apenas 66 bilhetes
A Supertaça Espanhola vai decorrer entre 8 e 12 de janeiro em formato de Final Four, na Arábia Saudita. O descontentamento vai desde adeptos a jogadores, o que resulta na queda do prestígio do torneio.
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A Supertaça Espanhola, apesar de ser o torneio com menor relevância no país, perde ainda mais brio pelo facto de ser fora de Espanha, este ano na Arábia Saudita, e pela primeira vez na história em formato de Final Four. A competição era sempre realizada no próprio país e a duas mãos, disputada entre o vencedor do campeonato contra o da Taça, (se for o mesmo, seria contra o finalista da Taça) no terreno de cada uma das equipas. Na época passada, já houve duas alterações: pela primeira vez foi realizada fora de Espanha (em Marrocos) e com a decisão apenas em um jogo. Esta temporada, destaque para o facto de ser um torneio a meio da época entre o vencedor da La Liga, da Copa del Rey e das equipas mais bem classificadas no campeonato.
Na quarta-feira à noite, o Real Madrid e o Valência disputam a primeira meia-final. Quinta-feira, Barcelona e Atlético de Madrid medem forças pela outra vaga na final, a realizar-se no domingo.
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Os clubes mostraram desagrado com o formato e agendamento da prova, por estar marcada para o regresso da paragem de inverno e pela gestão dos jogadores antes do início da fase final da Liga dos Campeões, a dar-se início em fevereiro.
Os adeptos partilham da opinião dos clubes e não aderiram a esta decisão. O interesse e disponibilidade para viajar não foi seguido pelos fãs, principalmente do Real Madrid e do Valência. Os merengues venderam apenas 40 bilhetes e os 'che' 26. O clube colocou os ingressos à venda 25 euros para a meia-final e 50 euros para a final, em caso de passagem e nem com a descida dos preços houve melhorias na adesão. Um dia antes da partida, haviam 10 mil bilhetes por vender: a maior parte dos espectadores serão locais.
A outra meia-final entre Barcelona e Atlético de Madrid teve grande procura entre os sauditas, mas os números de ingressos comprados pelos adeptos espanhóis são escassos. Os colchoneros venderam apenas 50 e os catalães não chegaram aos 100. No total, são menos de 200 adeptos espanhóis a viajar para a Arábia Saudita. Se somarmos com os ingressos comprados em Jeddah, no King Abdullah Sports City Stadium, o Barcelona vendeu 300 e o Real Madrid 700, o que mesmo assim é reduzido, representando apenas 9% da lotação do estádio.
A Real Federação Espanhola comunicou o entusiasmo vivido no país antes da prova, referindo que faltam vender "apenas" 10 mil bilhetes. Em Espanha, esse entusiasmo não existe. O presidente da organização, Luís Rubiales, depois das tentativas de realizar vários jogos nos Estados Unidos e de conseguir mudar o local da Supertaça na temporada transata, está perfeitamente confiante no sucesso da prova.
O Valência sentiu-se lesado por ter vencido a Taça e não disputar a final de imediato, queixando-se também da diferença do dinheiro recebido em relação às outras equipas: três milhões de euros em comparação com os oito milhões dos três restantes clubes. O dinheiro foi ajustado e o Barcelona e o Real Madrid arrecadam seis milhões de euros, o Atlético três e o Valência dois, ainda com um milhão restante como bónus para o vencedor.
O dinheiro parece ser o principal fator para a alteração do local da prova. Segundo a imprensa espanhola, a Federação vai ganhar entre 34 a 40 milhões de euros por cada ano do contrato (três anos). "A internacionalização da competição vai aumentar o seu valor e contribuir para a nossa visibilidade, aumentando as possibilidades de organizarmos o Mundial 2030", refere o presidente da RFEF.
A Arábia Saudita tem recebido vários eventos internacionais, como as duas últimas Supertaças de Itália, o Dakar e eventos da WWE (wrestling), mas sempre sob críticas, devido ao registo problemático do país na área dos Direitos Humanos.