O governo togolês "mantém a sua posição" de fazer regressar a sua equipa de futebol, declarou hoje o porta-voz do governo, Pascal Bodjona, apesar da decisão dos jogadores de participar na Taça Africana das Nações após o ataque ao seu autocarro.
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"O governo mantém a decisão de chamar a equipa", disse Bodjona, que é igualmente ministro da Administração.
O Togo decidiu sábado fazer regressar ao país a sua delegação ao CAN-2010, que começa hoje em Angola, após o ataque contra o autocarro da caravana da sua equipa nacional ao entrar no enclave de Cabinda a partir da República do Congo, que fez três mortos.
Os jogadores da selecção do Togo, que anteriormente tinham expresso o seu desejo de partir de Angola, causaram surpresa hoje de manhã ao anunciar que afinal tencionam participar na competição, em homenagem aos seus colegas mortos ou feridos.
"Em memória dos falecidos, a equipa nacional decidiu participar na CAN. Continuamos muito mal do coração, já não será uma festa, mas queremos representar as nossas cores nacionais, os nossos valores e mostrar que somos homens", afirmou Thomas Dossevi, um dos jogadores.
"Foi uma decisão tomada quase por unanimidade, pelo grupo que se reuniu durante a noite e que tomou esta decisão depois de ter sido tranquilizado pelas autoridades angolanas", esclareceu Dossevi.
"Estamos conscientes dos desafios mas não desejamos partir como cobardes", acrescentou o jogador togolês.
No entanto, segundo Pascal Bodjona, para o governo do Togo, "o melhor é a selecção não disputar esta competição".
No ataque, a dez quilómetros em território de Angola na fronteira com a Republica do Congo, reivindicado pela organização separatista Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), morreram o responsável para a imprensa, Stanislas Ocloo, e o treinador-adjunto, Abalo Amelete, ficando ferido o guarda-redes Kodjovi Obilalé.