Gronelândia quer ter uma seleção de futebol na Concacaf... onde jogam os Estados Unidos
Em fevereiro, uma delegação de futebol da Gronelândia vai ter uma reunião em Miami, nos Estados Unidos, com a Concacaf. A ideia estava em marcha mesmo antes de Donald Trump, o presidente norte-americano, ter dito que pretende anexar o país por questões geopolíticas.
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Nos últimos tempos, a Gronelândia tem feito parte da agenda política e ganhou uma dimensão ainda maior durante as eleições norte-americanas, quando Donald Trump manifestou a vontade de anexar aquele território, uma região autónoma da Dinamarca que não é mais do que uma enorme ilha gelada com mais dois mil quilómetros quadrados, situada entre o Atlântico Norte e o Ártico.
De acordo com informações oficiais, a ilha tem 5600 futebolistas registados que a converte "num dos países com mais jogadores per capita", segundo adiantou Keneth Kleist, presidente da federação local, ao jornal espanhol "Marca", já que o território tem 60 mil pessoas. "O estado atual do futebol na Gronelândia é muito bom. Trata-se de um desporto muito popular", completou. O país tem 38 clubes que jogam eliminatórias e os oito melhores enfrentam-se quase todos os dias durante uma semana no verão. Para se ter uma ideia, o vencedor joga seis jogos em sete dias.
A Federação quer aproveitar esta onda de popularidade e pretende criar uma seleção nacional para competir no plano internacional. O primeiro passo foi dado no mês de junho, quando a equipa nacional disputou um amigável com a Turquia e foi goleada por 5-0, um resultado explicado pela força das circunstâncias, pois a maioria dos jogadores são amadores e os poucos profissionais atuam na Dinamarca.
A Gronelândia não está entre as 211 federações filiadas na FIFA nem sequer pode juntar-se à UEFA por força de um estatuto que excluiu as regiões que não são independentes como é o caso deste país. Por isso, os responsáveis federativos nórdicos pretendem que a ilha integre a Concacaf, Confederação de Futebol, que abrange os países do Norte, Centro América e Caribe, para quem possam ter uma seleção a disputar jogos oficiais. Esta estratégia é ainda fundamentada em questões de proximidade geográfica.
Por isso, em maio a Gronelândia pediu oficialmente para fazer parte da Concacaf e agora aguarda o pedido com enorme expectativa. "Há 25 anos, a UEFA decidiu que só aprovaria países que estivessem certificados pela ONU. A Gronelândia nunca obterá essa aprovação por fazer parte do Reino da Dinamarca. Se nós, em teoria, fossemos uma nação soberana faríamos parte da Concacaf devido à nossa posição geográfica. Não nos sentimos desiludidos pela UEFA, mas esforçámo-nos por ser o 42.º membro da Concacaf. É algo que merecemos e pelo qual temos trabalhado arduamente", explicou, ao jornal espanhol "Marca" Keneth Kleist, presidente da federação local.
No dia 27 de fevereiro, uma delegação de futebol da Gronelândia vai a Miami, nos Estados Unidos, para ter uma reunião formal com a Concacaf.