A Israel-Premier Tech vai deixar de ter uma "identidade israelita" na próxima temporada, semanas depois da presença da equipa ter sido muito contestada na Volta à Espanha em bicicleta, anunciou esta segunda-feira o conjunto.
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"Com um compromisso inabalável com os nossos ciclistas, "staff" e parceiros, tomámos a decisão de renomear e reformular a marca da equipa, afastando-nos da sua atual identidade israelita. No desporto, o desenvolvimento exige muitas vezes sacrifício, e esta medida é essencial para garantir o futuro da equipa", lê-se num comunicado.
A presença da equipa, com licença israelita, foi muito contestada durante a Vuelta, com várias etapas a serem neutralizadas ou encurtadas por protestos pró-Palestina, entre as quais a última, que acabou por ser neutralizada, não se realizando a tradicional cerimónia do pódio, improvisada depois no parque de estacionamento do hotel das equipas, com o português João Almeida (UAE Emirates) a subir ao segundo lugar.
Reforçando que este sempre foi "um projeto desportivo", a Israel-Premier Tech adianta que, após os incidentes das últimas semanas, "os donos da equipa e a direção reconheceram que havia uma necessidade de mudança", sendo que o presidente Sylvan Adams, o empresário com nacionalidade canadiana e israelita, "decidiu afastar-se do seu envolvimento diário e não vai voltar a falar em nome da equipa".
"Mesmo que um novo capítulo à espera, que vai ser revelado em breve, a equipa vai manter-se fiel à sua premissa de fundação: desenvolver talento no ciclismo de todo o mundo", garante a equipa.
Esta temporada, a Israel-Premier Tech já somou 22 vitórias, com destaque para os triunfos na classificação geral do canadiano Derek Gee (O Gran Camiño) e do australiano Corbin Strong (Volta à Noruega), além da boa prestação do norte-americano Matthew Riccitello na Vuelta, que terminou em quinto e venceu da classificação da juventude.
Nas últimas semanas várias provas tinham rejeitado a presença da equipa, por motivos de segurança.