O ciclista português João Almeida (UAE Emirates) disse esta segunda-feira que vai correr para tentar ganhar a Volta a Espanha, na última semana na estrada, mas elogiou várias vezes o líder da geral, o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike).
Corpo do artigo
"O adversário é bastante forte, não será tarefa fácil. Queremos dar o melhor nas chegadas em alto e no contrarrelógio, procurar todos os segundos possíveis. Para ganhar tempo, é preciso ser-se superior, estar mais forte do que o adversário", explicou Almeida, em conferência de imprensa à distância no último dia de descanso na Vuelta.
Até domingo, em Madrid, perspetivam-se três chegadas em alto e ainda o contrarrelógio individual de quinta-feira, mantendo uma luta pela vitória final "acesa", uma vez que dinamarquês e português, no segundo lugar, distam apenas 48 segundos.
Durante toda a conversa com jornalistas da comunicação social portuguesa, o ciclista natural de A-dos-Francos, Caldas da Rainha, mostrou-se tranquilo e bem-humorado, mas ainda mais respeitoso das qualidades de Vingegaard, já duas vezes campeão da Volta a França.
Por várias vezes, o português gabou o dinamarquês, e depois de "duas semanas muito duras", a última não vai destoar, com "muitos metros de desnível, chegadas em alto e o "crono"" a prometerem diferenças entre os candidatos à vitória final.
Esperando "que tudo corra bem, sem azares", "continuar a dar o melhor" é a estratégia que aponta quando questionado sobre formas de ultrapassar Vingegaard, a quem não reconhece fraquezas.
"Tem-me parecido bastante forte, bastante consistente, em todos os dias. Já é a sua imagem de marca", atirou.
Viveu um "dia muito especial" na 13.ª tirada, ao vencer a solo no Angliru, conseguindo novo triunfo em grandes Voltas, depois de um na Volta a Itália de 2023.
"Tínhamos um plano, executámos como planeado, e tive excelentes pernas. Já conhecia a subida, sabia como a subida é, tanto o início, meio, e fim. Tentei fazer a minha subida, maximizar as minhas pernas, mas foi um bocadinho interminável. Nunca mais acabava, aquele último quilómetro e meio é o mais longo, com pendentes mais elevadas", refletiu.
Apesar desse resultado histórico, este ano pode igualar o melhor resultado português na Vuelta, o segundo lugar de Joaquim Agostinho em 1976, e ser equiparado "ao maior de sempre em Portugal é uma honra e dá mais motivação".
"Espero que, depois de mim, venha outro que faça ainda melhor", acrescentou.
No seio de uma equipa em que "toda a gente se dá bem", disse, e passando ao lado de polémicas com o colega espanhol Juan Ayuso, elogiou outro companheiro, Ivo Oliveira, com quem está a viver momentos que ambos vão "recordar para o resto da vida".