Corredor da Efapel foi o mais forte na etapa rainha da Volta a Portugal, adaptando-se às adversas condições climatéricas no topo da Serra da Estrela, mas não beliscando amarela do portista Amaro Antunes
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Joni Brandão emergiu, ontem, pelo nevoeiro da Serra da Estrela, para dar à Efapel uma tão esperada vitória nesta edição da Volta a Portugal, num triunfo carregado de simbolismo para o corredor natural de Santa Maria, mas insuficiente para o salvar do domínio da W52/FC Porto, que mantém o algarvio Amaro Antunes como camisola amarela.
Numa etapa em que as adversas condições climatéricas no topo mais alto de Portugal continental deram uma "sova" aos corredores, Brandão teve mais visão nos derradeiros metros para descortinar a linha de meta, arrancado para o triunfo e amealhando três segundos de vantagem para Frederico Figueiredo (Atum General/Tavira) e Amaro Antunes, que completaram, respetivamnte, o pódio do dia.
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Um pouco mais atrás surgiu outro dragão, o experiente Gustavo Veloso, que este ano sobreviveu às agruras da serra e chegou numa posição que lhe permite conservar o terceiro lugar na geral, e vincar o estatuto de candidato ao triunfo, pela sua habilidade para o contrarrelógio final.
Joni Brandão, além do objetivo de não perder tempo para os rivais, ainda subiu ao quarto posto, e está agora a 1:17 minutos de Amaro Antunes, deixando tudo em aberto na luta pelo triunfo final da prova nos quatro dias que restam.
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Apesar da tirada ser a mais curta desta edição, com apenas 146 quilómetros, entre a Guarda e topo da Serra da Estrela, já se sabia que apenas os mais aptos iriam superar o desafio. Uma fuga de 14 corredores ainda animou os momentos iniciais da etapa, mas as verdadeiras decisões só se desenharam a partir da Covilhã, no início da subida para a Torre, onde o espanhol Cristián Rodríguez (Caja Rural) foi protagonista, arrancado a solo a 23 quilometro da meta.
Mais atrás, o grupo dos principais candidatos ia descartando a concorrência logo que inclinação começou a queimar os músculos, com João Rodrigues (W52/FC Porto) a mostrar-se incansável, rebocando Amaro Antunes e defendendo-o dos frequentes ataques dos homens da Efapel e Rádio Popular/Boavista.
Já com escapado da Caja Rural alcançado, os derradeiros quilómetros obrigaram os corredores a um esforço sobre-humano, com o forte vento frontal a travar-lhes a escalada e o frio a tolher-lhes os movimentos. Brandão ainda se superiorizou na ponta final, mas sem cavar a vantagem que desejaria.