José Mourinho: "Não gosto de jogadores que me traem. Se pudesse, tinha substituído nove "

"O Atlético fez um trabalho extraordinário. Vi o jogo em Mafra e percebi que havia organização e tinha jogadores de qualidade, mas a nossa primeira parte foi pobre e naquilo que mais me dói: na atitude. Houve muito jogador que não foi sério e não encarou o jogo como devia encarar. Fiz quatro substituições ao intervalo, mas gostava de ter feito nove. A vocês não vos digo, mas disse no balneário quem eram os dois que não trocava", começou por dizer José Mourinho, antes de voltar ao tema, ainda na entrevista rápida, quando foi questionado sobre a estreia do jovem Rodrigo Rego.

"É para continuar, não vou dizer que é como titular, não posso dizer que vai jogar contra o Ajax, mas sigo com máxima atenção as camadas jovens. Não podia antecipar que faria um grande jogo, mas sabia que não me ia trair. Não gosto jogadores que me traem, que é como quem diz não jogar ao máximo. Era um dos dois que não trocava ao intervalo", revelou, acrescentando, depois, que Otamendi era a outra exceção.

"O que não resultou na primeira parte não foi o sistema, foram os jogadores. Para tirar alguns dos jogadores que quis tirar, tive de mudar de sistema para a segunda. Alguns jogadores não estavam cá [no Restelo] e já lhes disse: 'não me venham bater à porta perguntar porque não jogam'", acrescentou o técnico.

"Sou o treinador do Benfica, a responsabilidade é minha, mas os jogadores também têm responsabilidade para com os adeptos", atirou, antes de suavizar o discurso quando falou sobre a segunda parte.

"Na segunda parte melhorámos muito, o Atlético não conseguiu sair como saía antes e era uma questão de tempo para fazermos o golo. Se o tivéssemos feito mais cedo, o resultado seria outro. A atitude já me agradou", disse.

Pedro D"Oliveira: "Enquanto as pernas aguentaram..."

Ao contrário de Mourinho, Pedro D"Oliveira não escondeu o orgulho pela atitude e exibição do Atlético, que compete na Liga 3.

"Fica um orgulho muito grande do que é representar o Atlético. Enquanto as pernas aguentaram criamos dificuldades a uma das melhores equipas do Mundo. A estratégia passava por existir dentro de campo, não duvidamos, tivemos coragem e, na dúvida, fomos para a frente e não para trás", destacou.

"Mérito ao Benfica pelo que fez na segunda parte, mas isso não esconde o que fizemos. Não consigo dizer que o 1-0 tenha decidido o encontro, porque continuámos a acreditar, mas não foi possível", acrescentou Pedro D"Oliveira.