Juventus-Benfica: Nem os tubarões atrapalham voo seguro das águias

Noite mágica do Benfica em Turim. Venceu e convenceu, frente à Juventus, ao impor-se por 2-1, com golos de João Mário e David Neres, fruto de uma reviravolta com números que acabaram por ser escassos. À exceção dos 20 minutos iniciais, os encarnados mandaram no jogo, tiveram várias oportunidades claras para ampliar o resultado, mas a vencer por apenas um golo, sujeitaram-se também a vários sustos na reta final do encontro. Nos últimos segundos, até houve um lance caricato: com tudo para fazer o 3-1, Musa preferiu servir Chiquinho, que caiu antes de tentar o remate. O Benfica passou com distinção no primeiro teste de fogo da temporada e somou a 12.ª vitória consecutiva num percurso que se mantém imaculado. No Grupo H, graças a dois triunfos, é líder com os mesmos pontos do Paris Saint-Germain.

O arranque na partida esteve, porém, longe de ser famoso. A equipa acusou a pressão do jogo e consentiu o golo da Juventus, um "tubarão" da Europa, com muita facilidade, através de um cabeceamento de Milik. Empolgada, a equipa italiana carregou a fundo no acelerador, mas, por falta de sorte ou pela qualidade da defesa lusa, não conseguiu chegar ao segundo golo. Depois da tremideira, o conjunto português começou lentamente a assentar tijolo e percebeu que a Juventus apresentava muitas dificuldades nas laterais e na forma como pressionava, que, na verdade, por vezes, era algo inexistente. No meio-campo, Enzo Fernández pegou nas coordenadas de jogo e João Mário, muito experiente, foi vital na ligação no último terço de terreno. Uma cabeçada muito perigosa de Gonçalo Ramos à figura de Perin e um pontapé ao poste de Rafa foram o prenúncio do empate do Benfica, que chegaria num penálti concretizado por João Mário, que castigou uma falta de Miretti sobre Gonçalo Ramos.

Ao intervalo, a equipa ganhou ainda mais confiança e em grande parte do segundo período deu um recital de futebol. O golo de Neres, que surgiu numa insistência de Enzo e após um remate de Rafa, defendido para a frente pelo guarda-redes, colocou justiça no marcador. A seguir, Rafa e Neres, por duas vezes, tiveram o terceiro golo nos pés, que acabou por nunca chegar. Com tanto desperdício, a Juventus voltou a acreditar e tanto Moise Kean como Bremer quase empataram o encontro. Porém, os encarnados seguraram o triunfo e mantêm o estado de graça.

Sinal Mais

Enzo Fernández, David Neres e Gonçalo Ramos foram gigantes em Turim. Na defesa, António Silva e Otamenti estiveram também muito acima da média.

Sinal Menos

Os primeiros 20 minutos do Benfica foram de enorme intranquilidade, a bola queimava. A Juventus desiludiu e demonstrou escassa capacidade de pressão.

Árbitro
Arbitragem de qualidade e segura do árbitro alemão. Penálti sobre Gonçalo Ramos é indiscutível.